O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios está investigando a suspeita de que uma
escola em Brasília tenha vendido diplomas emitidos por escolas do Rio de Janeiro que estavam em situação irregular com o Ministério da Educação. A denúncia foi feita pela Coordenação de Supervisão de Normas do Ensino Médio (Cosine). Suspeita-se que o esquema já funcione há cinco anos. Pais e estudantes foram à escola buscar explicações sobre a denúncia de que os diplomas emitidos pelo colégio não teriam validade no DF. "Falaram que era credenciado pelo MEC e tinha até um quadro com o número do MEC, pelo menos até semana passada. Hoje, quando eu cheguei aqui, o moço que falou que era credenciado teve a cara-de-pau de negar", acrescenta o estudante Fernando Habibe. O filho da professora Priscila Domingues passou no vestibular para publicidade, mas ainda estava no segundo ano do ensino médio. Para garantir a matrícula na faculdade, ele fez uma prova de supletivo na instituição acusada de fraude. A mãe desconfiou do teste. "Ele fez a prova num dia e, 48 horas depois, eles deram o resultado. Disseram que o Felipe tinha sido aprovado e que nós podíamos pegar uma declaração", conta Priscila. O diretor do instituto nega as acusações. "Na verdade, a escola não emitiu nenhum certificado. Não temos credencial para emitir documentos, certificados principalmente. Os certificados são emitidos pelas escolas credenciadas, para as quais os alunos foram encaminhados", justifica Luiz Garrouchi. Ao todo, 138 ex-estudantes do colégio, que em seguida entraram na universidade, estão sendo investigados. A Universidade de Brasília já identificou 88 alunos. Duas instituições privadas somam 50 casos. O presidente do Sindicato das Universidades Privadas do DF adianta que, caso seja comprovada a fraude, todos eles terão os estudos anulados. "Se o aluno estiver na instituição de ensino e for verificado que aquele documento não é legal, ele pode sofrer uma representação interna e todos os estudos feitos podem ser anulados. No caso de
aluno já graduado, o diploma pode ser cancelado em virtude da ilegalidade do documento apresentado", afirmou o presidente do Sindicato, Renato Caiado de Rezende. Das escolas cariocas que emitiam o diploma, uma foi fechada pelo Ministério da Educação, em 2008, e a outra afirma que não tem convênio com a instituição investigada.
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