O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, discursa diante do Parlamento, em Teerã, em 15 de novembro. (Foto: AFP)
O Brasil estendeu um "tapete vermelho" ao regime iraniano, segundo o jornal "Washington Post", que critica o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em um editorial sobre a visita do presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad ao país. "Na segunda-feira passada, Lula literalmente deu um abraço de urso no presidente iraniano, com o qual constatou o maior avanço em seu esforço por escorar sua duvidosa situação nacional e internacional", diz o editorial. Segundo o "Post", a administração do presidente americano, Barack Obama, da mesma forma que a de seu antecessor George W. Bush, vê o Brasil como uma "superpotência emergente cujo dinamismo econômico e democracia "relativamente estáveis" fazem do país um "aliado natural" dos EUA. No entanto, segundo o jornal, o potencial do Brasil "é sobreestimado frequentemente" e parece que "sempre será o país do futuro". O jornal critica as "calorosas boas-vindas" do presidente a Ahmadinejad, em um momento em que "inclusive a Rússia discute publicamente novas sanções contra Teerã", enquanto "o governo brasileiro assinou 13 acordos de cooperação com o regime" iraniano. Além disso, lamenta que Lula "não tenha algo a dizer sobre a sangrenta repressão dos movimentos iranianos pró-democráticos ou a negação de Ahmadinejad sobre o Holocausto e o direito de existir de Israel". No entanto, Lula "declarou que o Irã tem o direito de ter seu programa nuclear". "Ahmadinejad, outra vez, apoiou o Brasil para conseguir um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU", uma velha aspiração do país, segundo o jornal. Os defensores de Lula, segundo o "Washington Post", afirmam que o presidente convidou o líder iraniano porque "quer mediar no conflito do Oriente Médio". Mas se assim for, acrescenta, o líder brasileiro "simplesmente demonstraria sua ignorância na região". "O apoio de Lula a Ahmadinejad não mudará o fanatismo (do líder iraniano), mas o tornará mais forte. O que assegurará que qualquer tentativa do Brasil de mediar no Oriente Médio será rejeitada por Israel e pelos principais países árabes". O jornal qualifica de "patética" a viagem internacional de Ahmadinejad, que o levou a Gâmbia e Senegal, na África, além de Venezuela, Bolívia e Brasil. "A viagem de Ahmadinejad foi patética e serviu para ressaltar seu crescente isolamento, se não fosse pelas calorosas boas-vindas do Brasil", diz o jornal. Segundo o "Post", se o Brasil quer ter influência mundial tem que decidir entre "apoiar pares como Ahmadinejad ou tentar se posicionar no ocidente democrático (...) e assegurar-se de que continua sendo o país do futuro.
Da EFE, em Washingtonwww.g1.globo.com
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