Presidente falou na abertura da 1ª Conferência Nacional de Comunicação.
Evento vai até quinta-feira, em Brasília.
O presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), Lula, e os ministros Hélio Costa (Comunicações) e Franklin Martins (Comunicação Social) na abertura da 1ª Conferência Nacional de Comunicação (Confecom), em Brasília (Foto: Rodolfo Stuckert/Presidência)
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta segunda-feira (14), durante discurso na abertura da 1ª Conferência Nacional de Comunicação (Confecom), em Brasília, que o melhor instrumento para corrigir os excessos da imprensa é mantê-la livre para apurar e publicar o que achar correto.
A conferência, que vai até quinta-feira (17), pretende debater propostas sobre a produção e distribuição de informações jornalísticas e culturais no país. Entre as propostas, estão o controle social da mídia por meio de conselhos de comunicação e uma nova lei de imprensa. Em seu discurso, Lula elogiou o papel da imprensa livre no país. “Tenho orgulho de dizer que a imprensa no Brasil é livre, publica e não publica o que deseja, apura e deixa de apurar o que quer. A imprensa livre é fundamental para a democracia”, afirmou. O presidente disse que a imprensa comete “exageros”, mas que eles são “combatidos” pela própria liberdade de expressão dos meios de comunicação, mesmo nos casos em que são publicadas o que chamou de “calúnias infames”. “Aprendi a conviver tranquilamente com isso, porque com democracia a verdade mais cedo ou mais tarde prevalece. Os telespectadores e leitores têm condições de avaliar o que é verdade. Quem não lhes trata com respeito e reconhece sua inteligência acaba perdendo credibilidade. Por isso, estou convencido de que para combater esses excessos nada melhor que a própria liberdade de imprensa”, declarou. Lula afirmou ainda que a transformação por que passam os meios tradicionais de comunicação no mundo se repete no Brasil, com a ampliação da influência da internet. O ministro das Comunicações, Hélio Costa, quando teve seu nome anunciado no evento e durante seu discurso, foi vaiado, principalmente por estudantes que participaram da abertura do fórum. A Confecom não teve a participação dos principais veículos de comunicação do Brasil. Há quatro meses, a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão, a Associação Brasileira de Internet, a Associação Brasileira de TV por Assinatura, a Associação de Jornais e Revistas do Interior do Brasil, a Associação Nacional dos Editores de Revistas e a Associação Nacional de Jornais divulgaram uma nota conjunta em que expõem os motivos de terem decidido não participar da conferência. Todas essas associações consideram que as propostas de estabelecer um controle social da mídia são uma forma de censurar os órgãos de imprensa, cerceando a liberdade de expressão, o direito à informação e a livre iniciativa - todos previstos na Constituição. Os organizadores da Confecom negam que a intenção seja cercear direitos. O presidente Lula, durante o discurso na abertura, lamentou a ausência das empresas de comunicação no evento.
Jeferson RibeiroDo G1, em Brasília
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