Tancredo Neves - (1910-1985). Foto do Site SCDF |
Em um dos seus memoráveis e proféticos discursos, Tancredo Neves destacou: "Enquanto houver neste país um só homem sem trabalho, sem pão, sem teto e sem letras, toda a prosperidade será falsa".
Em outra ocasião, enalteceu a figura do professor:
"Rios de tinta têm sido gastos no louvor e na exaltação do mestre. Não há mais o que acrescentar ao que em prosa e verso, em todas as literaturas, lhe tem sido dedicado. Já se escreveu que os mestres têm sido mais importantes para a formação da consciência dos povos e a grandeza das nações do que os heróis, os estadistas, os generais e os revolucionários. E não há como contestar essa verdade. É que não há santos, líderes e precursores que não tenham passado pelos ensinamentos de um mestre. Obreiros anônimos da mais bela de todas as construções, aquela que se faz diuturnamente no silêncio e com abnegação: a de lapidar inteligência, dignificar os espíritos, iluminar os cérebros, espancando deles as trevas da ignorância, para formar o homem na plenitude de suas divinas potencialidades."
Após a votação, é visível o biquinho amarelo do dissimulado Maluf.
Mais adiante, Dona Risoleta radiante durante a entrevista, demonstrava extrema simpatia.
No decorrer deste documento histórico de janeiro de 1985, vale à pena destacar algumas frases importantes ditas por Tancredo, como:
"Não vamos nos dispersar."
"Política exige ÉTICA, coerência e firmeza nos princípios de fidelidade às convicções."
"Não há mineiro que não seja conciliador, você não encontra mineiro radical."
"Não posso realizar milagres, vou ter que contar com a paciência, com a compreensão e tolerância de todo o povo nos primeiros meses de governo em até por a ordem na casa, até criar um clima de compreensão de todos, para que nós possamos realmente dar soluções aos problemas do povo, nós vamos ter que lutar muito, não vai ser uma atividade fácil."
"A Nação está muito conturbada, a Nação está muito desordenada, é preciso um mínimo de racionalidade no processo político brasileiro."
"Eles já estão cortando na própria carne, para assegurar a sua própria sobrevivência."
"Mas me sinto hoje mais animado que, são tão poderosas as forças que me apóiam que estou na realidade quase realizando aquele meu velho sonho de um governo de conciliação."
Uma mensagem aos brasileiros? "Tenho sim. Uma mensagem solicitando apoio, solidariedade, compreensão, sobretudo união, porque os problemas que nós temos que enfrentar são terríveis. E sem que haja uma unidade de pensamento de sentimento de vontade de Nação, esses problemas poderão até se agravar e muitos até não encontrarão solução.
O problema do Brasil exige neste momento, um imenso mutirão cívico com a participação de todos." O jornalista Roberto D'Ávila da extinta Rede Manchete, conduziu esta entrevista com extrema competência e profissionalismo ao recém eleito presidente Dr. Tancredo de Almeida Neves, que foi uma figura exponencial e prócere representante da política brasileira.
Presidente do Brasil eleito pelo colégio eleitoral (deputados) faleceu antes mesmo de tomar posse, frustrando sobremaneira o povo brasileiro, que vivia naquele momento da história grande expectativa de uma importante transição política nacional. Era possuidor de uma capacidade de argumentação e oratória fluente admirável, articulador experiente com notável sutileza no trato, cultura e inteligência brilhantes.
Exercia grande influência política com expressivo carisma que a todos transmitiam. Homem probo de caráter inquestionável e exemplar para todos os políticos de todas as épocas. Tinha nas mãos o poder de conciliação e de união nacional, sendo uma referência política, em quem toda a Nação Brasileira depositava as maiores esperanças, para concretização de seus anseios de Democracia e Justiça Social que ele simbolizava.
CONCLUSÃO: Baseado nos depoimentos de Tancredo na fazenda em Cláudio e do Sr. Custódio, homem de extrema humildade e simplicidade, a morte de Tancredo não foi a vontade Deus.
"O governo não é estabelecido para vantagens dos governantes, mas sim dos governados." (Adam Smith, filósofo e economista escocês -- 1723/1790).
Paulo Roberto d'Angelo de Carvalho - Sanjoanense
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