Parag Khanna. Foto:divulgação |
Ex-assessor de política externa do presidente Barack Obama destaca a tecnologia e conectividade entre as pessoas como responsáveis pelo crescimento das localidades
A democracia não é um pré-requisito para o fortalecimento das cidades, mas sim uma das ferramentas que contribui para seu desenvolvimento. A afirmação é de Parag Khanna, ex-assessor de política externa do presidente Barack Obama, que abriu as discussões sobre a temática do reflorescimento das cidades na Conferência Internacional de Cidades Inovadoras (CICI2001), que acontece até sexta-feira (20), na sede do Sistema Fiep no Jardim Botânico, em Curitiba.
“Grandes cidades estão surgindo em lugares não democráticos. Nessas localidades, a tecnologia, que permite a conectividade entre as pessoas, é a principal responsável pelo crescimento das cidades”, disse, citando a China e cidades orientais, que estão passando por um amplo processo de fortalecimento.
Para Khanna, esse fortalecimento acontece por meio de mudanças sistêmicas e estruturais, assim como já ocorreu em outras épocas. “Estamos no estágio 5.0 de globalização. O século XXI inaugurou uma nova era, em que a descentralização do poder e a conectividade entre pessoas e diferentes cidades, forma um espaço colaborativo”.
Augusto de Franco, netweaver da Escola de Redes, também participou do debate e destacou que estão surgindo novos tipos de cidades, denominadas cidades-rede. “Essa nova forma de governança leva em conta a rede de comunidades glocais. Achamos que as cidades são um conjunto de pessoas que vivem em determinado local, mas na verdade, o conceito de cidade é mais amplo, e leva em conta o que acontece entre as pessoas”, disse Franco, citando Barcelona, Milão, Lyon e Roterdã como cidades-rede.
Ele ressaltou que nossas instituições não foram criadas para compreender a dinâmica das redes. “Tudo que é vivo e sustentável tem o padrão de rede. Entretanto, nossa sociedade ainda está organizada em hierarquias”.
Parag Khanna e Augusto de Franco foram unânimes em afirmar que o reflorescimento das cidades faz parte de uma evolução natural no desenvolvimento das cidades. “As cidades sempre estiveram na ponta da inovação. Cada uma teve um papel importante em sua época.
Atenas, por exemplo, inovou na invenção do espaço público e da democracia. Depois tivemos Bruges, Veneza, Antuérpia, Gênova, Amsterdã, Londres, Boston, que iniciou o fenômeno da industrialização moderna, Nova York, Los Angeles e, finalmente, o Vale do Silício, produtor e disseminador de tecnologia”, afirmou Franco.
Descentralização – Parag Khanna afirma que hoje não existe mais a centralização de poderes mundiais. Hoje, o mundo não está dividido em países, mas em espaços conectados e não conectados, que são as cidades. “As conexões tornam a cidade global. O desafio agora é possibilitar o acesso da tecnologia a todos”, disse.
Descentralização – Parag Khanna afirma que hoje não existe mais a centralização de poderes mundiais. Hoje, o mundo não está dividido em países, mas em espaços conectados e não conectados, que são as cidades. “As conexões tornam a cidade global. O desafio agora é possibilitar o acesso da tecnologia a todos”, disse.
Esse novo panorama de desenvolvimento pede um novo modelo de governança das cidades. O melhor modelo, segundo Khanna, é o colaborativo e participativo, em que representantes dos poderes executivo e legislativo, empresas, universidades e cidadãos se unem. “Isso funciona muito bem na Alemanha e na Suécia. O modelo de governança conectada e que acontece de forma horizontal é uma solução”, observou.
Com informações da
Federação das Indústrias do Estado do Paraná
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