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Ibaiti Facebook |
Não é de nosso editorial envolver em noticiário de redes sociais como fazem alguns veículos de informação, mas deparando com uma discussão democrática e acalorada entre membros da página de nome Ibaiti a qual fazemos parte no Facebook como membro, achamos de grande interesse público divulgar alguns tópicos de relevância como exemplo de cidadania e democracia mostrando o que é a liberdade de expressão.
A página foi criada para divulgar fatos históricos do município, como fotos e comentários além de outras publicações, no decorrer de sua existência foram associando membros de diversos seguimentos que postavam vários tipos de propaganda, seus administradores acharam conveniente pedir ou proibir publicações que não fossem condizentes com o proposto no início de criação da página. Por se tratar de grupo fechado e contar com mais de 2300 membros a maioria se calou não havendo manifesto por parte de seus membros.
Ficamos surpresos e orgulhosos com o artigo postado pelo jornalista e escritor ibaitiense Leonel Farah, fundador do primeiro jornal de Ibaiti e filho do primeiro prefeito do município Julio Farah, ‘in memoriam’ ao qual temos um profundo respeito e admiração.
De forma subjetiva ao artigo e em respeito ao ilustre amigo Leonel Farah, que nos da um exemplo de democracia e liberdade de expressão publicamos abaixo na integra seu artigo que acreditamos ser de grande valor intelectual, moral e cívico, inserido os altos degraus do dever democrático.
Mostra tua cara Ibaiti, mas por que não tua alma?
“Maior que a tristeza de não
haver vencido é a vergonha
de não ter lutado!”
(Rui Barbosa).
Rui Barbosa é o nome de uma das principais ruas de Ibaiti, mas, se ele fosse ibaitiense e ressurgisse dos mortos, só poderia trocar ideias com seus conterrâneos por outros meios que não a página do grupo Ibaiti. Aqui, é proibido aos ibaitienses natos ou adotados publicar qualquer coisa que, sendo de sua própria lavra, no entanto não fale diretamente da cidade ou das pessoas físicas que a habitam ou habitaram.
Ideias, crônicas, contos, causos, frases, poemas, quadrinhas, haicais, aforismos, ditos espirituosos, pintura, ilustrações, charges, artesanato, esculturas, nada disso pode ser mostrado de ibaitienses para ibaitienses, a não ser que faça referência explícita à cidade. Obras originais, não de terceiros, não cópias, não citações, mas ainda assim desautorizadas e excluídas se não atenderem àquela condição. Tem que falar da cidade, caso contrário o autor será convidado a procurar outro lugar.
Aqui, os cidadãos ibaitienses só podem interagir por meio de fotografias, notícias de eventos ou pouca coisa mais. Verdade que várias das fotos já publicadas têm grande valor histórico, verdade que elas nos trazem a recordação de fatos importantes, e de ibaitienses ilustres, e de entes queridos do passado e do presente. Fiquem as fotos, portanto, para os aplausos de todos nós. Mas, se queremos chegar à alma da cidade, por que não também à alma da sua gente? Acaso não haverá em Ibaiti, escondida, uma alma de artista em busca de espaço, e mais outras e muitas outras mais? E não haverá, entre os próprios membros do grupo, quem se interesse por todo o universo das manifestações culturais, e não apenas parte delas? Claro que há.
Publicaram a foto de um jovem corredor que ganhou medalha de ouro nos jogos estudantis, e fizeram muito bem. O incentivo pode gerar um campeão olímpico como Joaquim Cruz, por que não? Mas, fora dos esportes, entre os jovens de Ibaiti pode ser que exista alguém de grande talento, a precisar também de incentivos – um gênio em gestação das letras, das artes, da cultura em geral. Um novo Rui Barbosa, por que não? Um Machado de Assis, um Guimarães Rosa, um Rubem Braga, um Millôr, um Drummond, um Pessoa, um Quintana, um Dalton, um Leminski, uma Lispector, uma Kolody, uma Tarsila, um Portinari, um Di Cavalcanti, um Aleijadinho, por que não?
Com as portas de Ibaiti fechadas, porém, esse jovem gênio ibaitiense só poderá revelar-se e obter reconhecimento em outras paragens que não a sua própria terra, porque uma página que tem como membros 2.300 ibaitienses lhe nega acesso para a exposição da sua obra.
Mostram-se as pessoas, mas não a sua alma, não o seu intelecto, não o seu talento. E colocam pedras no caminho de quem, entre essas pessoas ou além delas, tem algo mais a mostrar além da cara fotografada.
Mostra a tua cara, Ibaiti! Mas amplia o teu horizonte e mostra a tua boa gente com tudo o que ela tem de melhor. Por inteiro, não pela metade.
No Facebook
No Facebook
Leonel Farah
MOSTRA A TUA CARA, IBAITI!
MAS POR QUE NÃO A TUA ALMA?
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“Maior que a tristeza de não haver vencido
é a vergonha de não ter lutado!”
(Rui Barbosa).
Rui Barbosa é o nome de uma das principais ruas de Ibaiti, mas, se ele fosse ibaitiense e ressurgisse dos mortos, só poderia trocar ideias com seus conterrâneos por outros meios que não a página do grupo Ibaiti. Aqui, é proibido aos ibaitienses natos ou adotados publicar qualquer coisa que, sendo de sua própria lavra, no entanto não fale diretamente da cidade ou das pessoas físicas que a habitam ou habitaram.
MAS POR QUE NÃO A TUA ALMA?
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“Maior que a tristeza de não haver vencido
é a vergonha de não ter lutado!”
(Rui Barbosa).
Rui Barbosa é o nome de uma das principais ruas de Ibaiti, mas, se ele fosse ibaitiense e ressurgisse dos mortos, só poderia trocar ideias com seus conterrâneos por outros meios que não a página do grupo Ibaiti. Aqui, é proibido aos ibaitienses natos ou adotados publicar qualquer coisa que, sendo de sua própria lavra, no entanto não fale diretamente da cidade ou das pessoas físicas que a habitam ou habitaram.
Ideias, crônicas, contos, causos, frases, poemas, quadrinhas, haicais, aforismos, ditos espirituosos, pintura, ilustrações, charges, artesanato, esculturas, nada disso pode ser mostrado de ibaitienses para ibaitienses, a não ser que faça referência explícita à cidade.
Obras originais, não de terceiros, não cópias, não citações, mas ainda assim desautorizadas e excluídas se não atenderem àquela condição. Tem que falar da cidade, caso contrário o autor será convidado a procurar outro lugar.
Aqui, os cidadãos ibaitienses só podem interagir por meio de fotografias, notícias de eventos ou pouca coisa mais. Verdade que várias das fotos já publicadas têm grande valor histórico, verdade que elas nos trazem a recordação de fatos importantes, e de ibaitienses ilustres, e de entes queridos do passado e do presente. Fiquem as fotos, portanto, para os aplausos de todos nós. Mas, se queremos chegar à alma da cidade, por que não também à alma da sua gente? Acaso não haverá em Ibaiti, escondida, uma alma de artista em busca de espaço, e mais outra e muitas outras mais? E não haverá, entre os próprios membros do grupo, quem se interesse por todo o universo das manifestações culturais, e não apenas parte delas? Claro que há.
Publicaram a foto de um jovem corredor que ganhou medalha de ouro nos jogos estudantis, e fizeram muito bem. O incentivo pode gerar um campeão olímpico como Joaquim Cruz, por que não? Mas, fora dos esportes, entre os jovens de Ibaiti pode ser que exista alguém de grande talento, a precisar também de incentivos – um gênio em gestação das letras, das artes, da cultura em geral. Um novo Rui Barbosa, por que não? Um Machado de Assis, um Guimarães Rosa, um Rubem Braga, um Millôr, um Drummond, um Pessoa, um Quintana, um Dalton, um Leminski, uma Lispector, uma Kolody, uma Tarsila, um Portinari, um Di Cavalcanti, um Aleijadinho, por que não?
Com as portas de Ibaiti fechadas, porém, esse jovem gênio ibaitiense só poderá revelar-se e obter reconhecimento em outras paragens que não a sua própria terra, porque uma página que tem como membros 2.300 ibaitienses lhe nega acesso para a exposição da sua obra.
Mostram-se as pessoas, mas não a sua alma, não o seu intelecto, não o seu talento. E colocam pedras no caminho de quem, entre essas pessoas ou além delas, tem algo mais a mostrar além da cara fotografada.
Mostra a tua cara, Ibaiti! Mas amplia o teu horizonte e mostra a tua boa gente com tudo o que ela tem de melhor. Por inteiro, não pela metade.
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