Weiliang Nie
BBC News, China
Explicar como a China é governada não é exatamente uma tarefa simples já que as regras que estão no papel nem sempre são colocadas em prática.
BBC News, China
Explicar como a China é governada não é exatamente uma tarefa simples já que as regras que estão no papel nem sempre são colocadas em prática.
A
Constituição chinesa estipula que o órgão mais importante na estrutura política
do país é o Parlamento – conhecido como Congresso Nacional do Povo.
No
entanto, na prática o poder está concentrado nas mãos de um pequeno grupo de
apenas nove (e às vezes sete) pessoas – o Comitê Permanente do Politburo do
Partido Comunista.
Esse
pequeno grupo divide os cargos-chave do governo e do partido. Por isso, com
frequência a mesma pessoa acumula dois ou três cargos.
Um
exemplo ilustrativo é o do número um do Comitê Permanente, Hu Jintao, que é
Chefe de Estado, secretário-geral do Partido Comunista e presidente da Comissão
Central de Assuntos Militares do partido.
O
número três na hierarquia do Politburo, Wen Jiabao, também ocupa o cargo de
primeiro-ministro. E outros integrantes do Comitê Permanente estão no comando
do Judiciário, da polícia chinesa e da máquina de propaganda do governo.
Os
integrantes dessa pequena elite que comanda a China não costumam aparecer
juntos em público. Quando o fazem, são a principal notícia dos meios de
comunicação oficiais.
No
começo de outubro, por exemplo, os nove foram à Praça da Paz Celestial – palco
do famoso massacre de estudantes de 1989 – para depositar flores no Monumento
dos Heróis do Povo em comemoração ao 63º aniversário da fundação da República
Popular da China.
Mas
para sete deles, essa provavelmente será sua última aparição pública.
A
partir desta semana, eles começam a ser substituídos por uma nova geração de
líderes que será responsável por decidir os rumos da segunda maior economia do
mundo nos próximos dez anos. A mudança será anunciada durante o Congresso
Nacional do Partido Comunista Chinês, em Pequim.
Como
era esperado, as articulações para a mudança desataram uma acirrada disputa de
poder entre várias facções e personalidades do Partido Comunista Chinês. E essa
disputa tornou-se particularmente tensa com a queda de um dos políticos de
maior destaque do país, Bo Xilai.
Chefe
do partido na cidade de Chongqing, uma metrópole com 12 milhões de pessoas, Bo
era, até cair em desgraça, o mais cotado para ocupar um assento no Comitê
Permanente. Recentemente, porém, ele foi envolvido no assassinato de um empresário
britânico que era seu sócio.
Ao
anunciar que Bo havia sido expulso do partido e destituído de seu cargo, a
agência oficial de notícias da China - Xinhua – divulgou uma longa lista de
crimes dos quais ele é acusado, de corrupção a violações da disciplina
partidária. Agora, ele terá de enfrentar tribunais chineses.
As
autoridades chinesas querem usar o caso de Bo Xilai como uma prova de sua
determinação para combater a corrupção no país. Mas a realidade é que o
ceticismo sobre sua atuação nessa área é cada vez maior.
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