Ouça também uma reportagem da Radioagência Nacional sobre a vida da Princesa Isabel:
A
Princesa Isabel, filha de Dom Pedro II, assinou a Lei Áurea, que aboliu a
escravidão no Brasil. Ela morreu no dia 14 de novembro de 1921.
Princesa Isabel |
No
dia 29 de julho de 1846 nascia a Princesa Isabel, segunda filha do Imperador D.
Pedro II, no Paço de São Cristóvão, Rio de Janeiro. Recebeu o pomposo nome
Isabel Cristina Leopoldina Augusta. Isabel, por causa da avó materna, Rainha de
Nápoles; Cristina, que lembraria sua mãe, a Imperatriz Dona Tereza Cristina;
Leopoldina, em homenagem a sua avó paterna, a primeira Imperatriz do Brasil e
Augusta como premonição do futuro que a aguardava. A esses nomes
acrescentaram-lhe os tradicionais dos príncipes de Bragança: Micaela, Gabriela,
Rafaela Gonzaga.
Com
a morte de seu irmão mais velho, o Príncipe Dom Afonso, tornava-se, aos onze
meses de idade, herdeira do trono e sucessora de seu pai. Em 1848 nasceu o seu
segundo irmão varão, o Príncipe Dom Pedro, que veio há falecer dois anos
depois.
Para herdar o trono fundado por Dom Pedro I, restava uma frágil
princesa de quatro anos de idade que seria daí em diante, a Princesa Imperial.
O reconhecimento oficial como sucessora de seu pai teve lugar a 10 de agosto de
1850 , quando a Assembleia-Geral, proclamou-a Herdeira do Trono na forma dos
Artigos 116 e 117 da Constituição do Império.
A
29 de julho de 1860 completava D. Isabel seus 14 anos e, de acordo com o Artigo
106 da Constituição, deveria prestar o juramento de "manter a religião
católica apostólica a romana, observar a Constituição política da nação
brasileira e ser obediente às leis e ao imperador”.
A
30 de junho de 1887, com a partida do Imperador para a Europa para tratamento
de saúde, começava a 3a Regência e a 3a fase política da vida da Princesa. A
escravidão estava de tal maneira presente na vida do Império que várias
tentativas visando aboli-la acabavam esbarrando no conservadorismo dos
fazendeiros e proprietários, mesmo entre os liberais. As relações entre a
Regente e o Ministério de Cotegipe eram tensas, embora aparentassem ser
cordiais.
Enquanto
a Princesa aliava-se ao movimento popular, o Ministério de Cotegipe defendia a
manutenção da escravidão. Aproveitando-se da oportunidade oferecida por um
incidente de rua, a Princesa substitui o Gabinete. O novo ministério. Conhecido
como o Gabinete da Abolição, tinha a frente o Conselheiro João Alfredo, a quem
a Princesa sugeriu na Fala do Trono que se fizesse o quanto antes a abolição da
escravatura.
A
13 de maio, um domingo, seriam as últimas votações e a Princesa, certa da
vitória, descia de Petrópolis para aguardar no Paço da Cidade o momento de
assinar a Lei Áurea. Na euforia e no entusiasmo pelo seu dia de glória, só
ouvia a Princesa os louvores e os aplausos - Viva Isabel I. Coroando a atitude
da "Redentora" faltava a benção da Igreja, com a Rosa de Ouro,
concedida à Princesa pelo Papa Leão XIII, em 28 de setembro de 1888.
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