Jens-Martin Kruse Pastor da comunidade Luterana de Roma em uma declaração intitulada “Bento XVI, exemplo de fé para os Luteranos” resalta a importância da visita do Santo Padre ao ex-convento dos Agostinianos em Erfurt, onde Martinho Lutero (1483-1546) foi ordenado sacerdote
Jens-Martin
Kruse e Bento
XVI
Papa e os bispos da Igreja evangélica na Alemanha
reuniram-se para um encontro e celebraram juntos o culto.
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Jens-Martin Kruse - Já
no dia seguinte à eleição para Papa, realizada a 19 de Abril de 2005, Bento XVI
declarou, na mensagem aos cardeais, que o ecumenismo era um dos temas fundamentais
do seu pontificado, definindo o seu compromisso prioritário trabalhar
incansavelmente para a reconstrução da unidade plena e visível de todos os
seguidores de Cristo. Ciente de que, para fazer isto, não são suficientes as
manifestações de boa vontade, mas são necessários gestos concretos que entrem
nos ânimos e mudem as consciências, solicitando cada um à conversão interior
que é pressuposto de qualquer progresso no caminho do ecumenismo.
Desejo
recordar três gestos do Papa Bento XVI porque, segundo a minha percepção e
avaliação de pastor luterano em Roma, têm importância permanente para o
ecumenismo, capaz de indicar o caminho. O primeiro é constituído pela visita, a
14 de Março de 2010, à Comunidade evangélica luterana de Roma, com a qual Bento
XVI naquele dia celebrou o culto na nossa igreja, a Christuskirche. Para nós
foi um sinal muito especial de vínculo ecumênico. Em pequena escala, expressa o
lugar que o ecumenismo ocupa para Bento XVI. Porque o Papa, como chefe da
Igreja católica romana, disponibilizou-se a celebrar, com a nossa pequena
comunidade de Roma, um culto na nossa tradição luterana.
Um gesto impressionante, da concepção
que o Papa tem de si e indício claro da
mensagem fundamental da fé: há um só
Cristo, para o qual olhamos juntos.
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Segundo
exemplo de tais gestos, que fazem perceber a proximidade e a comunhão, pode ser
considerado a visita de Bento XVI ao ex-convento dos Agostinianos em Erfurt, a
23 de Setembro de 2011. Pela primeira vez um Papa visitou o lugar onde Martinho
Lutero (1483-1546) foi ordenado sacerdote e celebrou a primeira missa. Ali, o Papa
e os bispos da Igreja evangélica na Alemanha reuniram-se para um encontro e
celebraram juntos o culto.
Tal
orientação no centro da nossa fé distingue também o terceiro gesto ecumênico do
Papa Bento XVI, que me comoveu muito. Durante a oração para a abertura do
Encontro europeu dos jovens, na Praça de São Pedro a 29 de Dezembro de 2012, no
lugar onde, habitualmente, se encontra a cátedra do Papa, havia uma cruz. Como
os irmãos de Taizé, também o Papa se ajoelhou diante da cruz, permanecendo
assim por alguns minutos em oração e meditação. Um gesto impressionante, da
concepção que o Papa tem de si e indício claro da mensagem fundamental da fé:
há um só Cristo, para o qual olhamos juntos.
Jens-Martin Kruse, Pastor da Comunidade
evangélica luterana de Roma.
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