Passar para a União
a responsabilidade pelo ensino básico é a saída para o Brasil dar um salto de
qualidade na educação. A avaliação é do senador Cristovam Buarque (PDT-DF) que,
em pronunciamento em Plenário na quinta-feira (1º), defendeu a federalização da
educação de base. O senador elogiou as boas intenções do atual ministro da
Educação, Aloizio Mercadante, mas afirmou que ele será apenas o ministro do
"avanço" e não do "salto" por não aprovar a medida.
Cristovam afirmou
que Mercadante é o ministro da Educação com mais condições de realizar um bom
trabalho à frente da pasta. É o ministro com mais votos a chegar ao ministério,
tem força no governo e no PT e ainda passou pelo comando de outra pasta importante:
o Ministério de Ciência e Tecnologia. Apesar disso e de suas boas ideias, o
senador acredita que ele não deve conseguir resultados definitivos, pois o
ministério estaria "prisioneiro" do ensino superior.
- Enquanto não
tivermos um Ministério da Educação de Base, em que o ministro possa falar só
disso, e só possa mostrar resultados nisso, e ser criticado pelo que fizer
errado nisso, nós não vamos ter um ministro que de fato dê um salto na Educação
de Base. Além isso, não há como melhorar a educação nos pobres municípios e
estados brasileiros enquanto a União não for responsável pelo ensino de nossas
crianças - argumentou.
Para Cristovam, uma
grande dificuldade para melhorias na educação de base é a contradição entre o
valor que deveria ser pago aos professores e os recursos que os governos
estaduais dispõem para isso. O senador disse ter comemorado o anúncio do
reajuste no piso salarial dos professores para R$ 1.451,00, mas este salário
ainda estaria distante do ideal para a categoria. O ideal deveria ser a criação
de uma carreira do magistério, com salários iniciais em torno de R$ 9 mil.
- Os governadores
não podem pagar (esse valor) e os professores não podem trabalhar com salário
tão baixo. Como resolver esta contradição? Federalizando a educação de base -
defendeu, lembrando que as melhores escolas do país não são estaduais, mas
federais.
O senador fez
sugestões de como resolver a questão, sabendo que a solução só viria a longo
prazo, já que não seria possível à União assumir todas as escolas do país de
uma só vez. Uma ideia seria o governo federal se responsabilizar por 300
escolas em todo país e, ao longo dos anos, aumentar este número até alcançar as
200 mil escolas existentes. Outra proposta seria escolher um município
específico - a partir de critérios como o mais baixo IDH - e adotar todas as
escolas daquela cidade. A partir daí e ir ampliando a atuação a outros
municípios. Só assim, acredita ele, seria possível fazer uma revolução na Educação
do país.
Com informações da Agência
Senado
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