Sessão solene homenageia 10 anos da morte
Leonel Brizola
Há dez anos, morria Leonel de
Moura Brizola, um dos importantes políticos que o Brasil teve, especialmente
após a redemocratização. Brizola foi governador do Rio Grande do Sul e do Rio
de Janeiro em momentos diferentes da vida brasileira e se notabilizou pela
criação dos Cieps, famosos Centros de Educação Integral do Rio de Janeiro.
Também tentou ser presidente da República, sem sucesso. A Câmara prestou
homenagem hoje a Brizola, com a participação de deputados de diversos partidos,
além do que ele criou, o PDT.
Leonel de Moura Brizola nasceu
em 1922, no povoado de Cruzinha, no Rio Grande do Sul. Entrou no recém-fundado
Partido Trabalhista Brasileiro, o PTB, em 1945, para apoiar a política social
de Getúlio Vargas. Vinha de uma infância pobre, o que o identificava com a
classe trabalhadora. No PTB, Brizola cresceu e se afirmou como principal líder
estudantil de esquerda. Foi o deputado estadual e depois federal mais votado do
Rio Grande do Sul, se tornou secretário de Obras e prefeito de Porto Alegre.
Aos 36 anos, foi eleito governador do estado. Seu plano revolucionário de
escolarização arrancou os gaúchos do analfabetismo e jogou o Rio Grande na
vanguarda da educação brasileira. Na sessão solene de hoje, a deputada Maria do
Rosário, gaúcha, do PT, falou sobre diversas conquistas do Brizola daquela
época.
Também durante a homenagem, o
deputado André Figueiredo, do PDT do Ceará, lembrou que foi Brizola quem
comandou - quando o presidente Jânio Quadros renunciou, em 1961 - a resistência
civil às pretensões golpistas dos militares e segmentos conservadores que
queriam impedir a posse do vice-presidente constitucionalmente eleito, João
Goulart. Era a chamada "Campanha da Legalidade", feita por meio de
uma rede de rádios, de dentro do Palácio Piratini, sede do governo gaúcho.
Com o golpe militar de 64,
Brizola foi cassado e se exilou. Na volta com a Anistia, perdeu a sigla PTB e
criou o Partido Democrático Trabalhista, o PDT. Na solenidade, o petista por
São Paulo Eduardo Suplicy lembrou um episódio daquela época.
Na condição de um dos líderes
da oposição ao governo militar, foi eleito governador do Rio de Janeiro, em 82.
Levou para os morros cariocas os Cieps, escolas de educação integral. Tentou
por três vezes, sem sucesso, chegar à Presidência da República. Ao morrer de
infarte, em 2004, aos 82 anos, Leonel Brizola entrou para a história como o
político das lutas pela democracia e pelas conquistas sociais, especialmente a
educação.
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