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Os primeiros britânicos eram negros, de cabelos crespos e olhos azuis

Unknown fevereiro 09, 2018 0

Um britânico negro de 10.000 anos atrás

Após análise de genoma, pesquisadores afirmam que ‘homem de Cheddar’ tinha pele “de escura a negra”



PATRICIA TUBELLA
Londres - Os primeiros britânicos eram negros, tinham cabelos crespos e olhos azuis. A surpreendente afirmação tem o aval de uma equipe de cientistas que analisaram o genoma de um esqueleto humano de 10.000 anos e reconstruíram seu rosto com ajuda da tecnologia. O resultado obtido revela que a pigmentação de sua pele era “de escura a negra” e não do tom mais claro – leitoso, segundo o tópico – que hoje caracteriza seus descendentes.

O objeto do estudo de um grupo de especialistas do University College de Londres (UCL) e do Museu de História Natural é o conhecido homem de Cheddar, encontrado no início do século passado no sudoeste da Inglaterra, o mais antigo esqueleto humano completo descoberto nas ilhas britânicas e uma das peças mais valiosas do acervo do museu. Segundo os responsáveis, a reconstituição de seus traços físicos foi possível graças a “um golpe de sorte”: a localização de restos de DNA no crânio do homem do Mesolítico.

A equipe extraiu informação genética suficiente para documentar a reconstrução facial do homem de Cheddar, depois reproduzida em detalhe em 3D com ajuda de um scanner de alta tecnologia

Para coletar miligramas de pó de osso, os cientistas fizeram um furo de apenas 2 milímetros de largura no crânio. A amostra estava particularmente bem conservada, acredita-se que devido às baixas temperaturas e condições estáveis da gruta de pedra calcária de Gough, próxima à cidade de Cheddar, cujo nome acabou batizando o esqueleto humano descoberto em 1903.

O resultado da pesquisa demonstra que, contrariamente à crença popular, as primeiras gerações de britânicos deviam muito de sua aparência aos africanos do Paleolítico, dos quais descendem todos os humanos. Os cientistas que assinam o estudo ressaltaram que as categorias raciais usualmente empregadas em nossa era correspondem, em termos históricos, apenas a “reconstruções recentes”. “A perspectiva histórica indica que as coisas mudam, que seguem um fluxo e que o que pareceria uma verdade consolidada, como a ideia de que os britânicos sempre tiveram pele branca, não é uma realidade imutável”, sublinhou o professor Yoan Dieckmann, membro da equipe do UCL. A pele clara que associamos aos modernos europeus do norte seria, segundo seu diagnóstico, um fenômeno relativamente recente.

Muito antes de as modernas tecnologias tornarem possível a reconstituição da aparência física do homem de Cheddar, os arqueólogos já tinham informações sobre esse caçador-coletor: era um homem baixo para os padrões atuais – 165 centímetros – , pesava pouco mais de 63 quilos, tinha boa dentição e que provavelmente morreu aos vinte e poucos anos. Migrou para as ilhas britânicas no final da última Era do Gelo, quando a área era coberta por densas florestas. Caçava cervos e coelhos – acredita-se que também soubesse pescar – e complementava sua dieta com frutos, tubérculos e castanhas.

Um estudo genético mais aprofundado, que teria sido impossível há apenas uma década, permitiu determinar também a cor da pele, dos olhos e do cabelo. “A combinação de uma pele muito escura com olhos azuis não é o que tipicamente costumamos imaginar, mas essa era a aparência real daquelas pessoas, embora hoje nos pareça estranha”, afirma o professor Chris Stringer, especialista nos estudos de evolução humana do Museu de Ciências Naturais da capital britânica.

Junto à publicação em revistas científicas, a análise do genoma do já célebre homem de Cheddar – o “mapa” dos humanos contido em nossas células – será tema de uma reportagem intitulada O Primeiro Britânico: Os Segredos de um Homem de 10.000 Anos de Idade pela emissora britânica Channel 4. Um esforço de divulgação que, ao mesmo tempo, deve questionar estereótipos e preconceitos ainda em voga. O fato de o primeiro britânico ter sido negro talvez surpreenda menos que a vigência de discursos sobre uma suposta supremacia racial em pleno século XXI.

Tags: Ciência Internacional
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João de Bourbon é Jornalista, Publicitário e Consultor Político. 
Coordenou e participou de diversas campanhas eleitorais, presta consultoria em Marketing Político e é membro da IAPC – International Association of Political Consultants, associação que congrega os melhores profissionais de Marketing Político do mundo.

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