Secretário-geral disse que migrantes precisam de apoio e solidariedade de todos; este 16 de junho é o Dia Internacional de Remessas Familiares; Banco Mundial estima que pandemia causou queda de mais de 20% no dinheiro enviado às famílias, muitas vezes a única fonte de subsistência delas.
Foto:Ifad/Christine Nesbitt
Os US$200 ou US$300 que os migrantes enviam todos os meses representam, em média, 60% de todo o rendimento familiar
As remessas familiares que os migrantes enviam a seus países de origem para sustentar suas famílias devem cair mais de US$ 100 bilhões este ano. O número equivale a cerca de 20% da quantia total destinada por esses trabalhadores, segundo estimativas do Banco Mundial.
Para marcar o Dia Internacional de Remessas Familiares, o secretário-geral da ONU, António Guterres, divulgou uma mensagem pedindo que “pessoas em toda parte” apoiem os migrantes nesta época de crise.
Problemas
Segundo ele, a diminuição de remessas pode causar problemas como fome, desistência escolar e deterioração dos cuidados de saúde para dezenas de milhões de famílias.
Com milhões de migrantes desempregados pela crise da Covid-19, as famílias devem ser lançadas para abaixo da linha da pobreza. Essas remessas representam "quase três quartos de toda a assistência oficial ao desenvolvimento”, (ODA, na sigla em inglês).
Guterres lembrou que 200 milhões de migrantes, regularmente, mandam dinheiro para casa. Em todo o mundo, 800 milhões de famílias em países em desenvolvimento dependem desses recursos para sobreviver.
No ano passado, as remessas atingiram um recorde de US$ 554 bilhões. Mas com a crise econômica provocada pela pandemia, deve ocorrer o "declínio mais acentuado da história recente".
Soluções
O secretário-geral disse que os migrantes eram “motores da economia global”, com “contribuições cruciais para o bem-estar em todo o mundo.”
Ele destacou uma série de soluções, como redução nos custos de transferência de remessas e criação de serviços financeiros para migrantes e suas famílias, particularmente em áreas rurais.
Essas medidas constam do Pacto Global das Nações Unidas para Migração Segura, Ordenada e Regular, que António Guterres descreveu como uma "plataforma de ação essencial".
Pandemia
No início de junho, o secretário-geral lançou um resumo de políticas sobre a proteção de “pessoas em movimento”, nas quais se referia à “crise socioeconômica”.
Ele citou os migrantes no setor informal, que não têm acesso a programas de proteção social. O chefe da ONU pediu respeito à dignidade humana durante a crise. Para Guterres, todos podem aprender com os países que implementaram restrições de viagens respeitando os princípios internacionais de proteção de refugiados.
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