Cartaz mostra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva
ao lado do presidente Mahmoud Ahmadinejad
(Foto: Ricardo Stuckert / PR)
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve chegar no início da madrugada deste sábado (15) a Teerã para uma conversa estratégica com o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, sobre o programa nuclear iraniano. O encontro é considerado decisivo pelos países do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), que ameaçam aplicar novas sanções econômicas ao Irã. Amanhã (16) Lula se reúne com Ahmadinejad e com o líder supremo do país, o aiatolá Ali Khamenei.
Na segunda-feira, deverá participar da abertura da conferência do G-15, grupo formado por países não alinhados. A conferência é considerada estratégica para quebrar o ritmo de isolamento político do país diante da negativa do governo de Ahmadinejad de abrir as instalações militares iranianas para a inspeção da Agência Internacional de Energia Atômica, das Nações Unidas.
A aposta no diálogo como alternativa às ameças de sanções foi assunto de Lula com o emir do Qatar, Hamad bin Khalifa Al Thani. Perguntado sobre o ceticismo da secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, em relação à capacidade de convencimento do governo iraniano para o diálogo, Lula que disse não saber “com base no quê as pessoas falam (isso)”. Lula tentará convencer o governo iraniano a fechar, o mais rápido possível, o acordo para trocar urânio enriquecido a 3,5% por combustível nuclear para seus centros de pesquisa científica e usinas geradoras de energia.
O combustível é o urânio enriquecido a 20%, proporção insuficiente para servir como matéria prima de bombas atômicas. Falta decidir em que país seria feita essa troca e se o Irã aceitará receber o combustível nuclear só depois de entregar seu urânio enriquecido, e não simultaneamente, como inicialmente exigiam os militares iranianos.
O combustível é o urânio enriquecido a 20%, proporção insuficiente para servir como matéria prima de bombas atômicas. Falta decidir em que país seria feita essa troca e se o Irã aceitará receber o combustível nuclear só depois de entregar seu urânio enriquecido, e não simultaneamente, como inicialmente exigiam os militares iranianos.
O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, desembarcou em Teerã na madrugada deste sábado (14). Esteve durante uma hora e meia com o chanceler Manouchehr Mottaki e, no fim da tarde, participou da reunião ministerial preparatória da conferência de cúpula do G-15. Sem dar declarações, Amorim posou para fotos com o colega e classificou a reunião como “uma boa conversa, longa e ampla”.
O presidente Ahmadinejad caminha cuidadosamente entre a necessidade de agradar aos nacionalistas iranianos - que não aceitam recuos no programa nuclear - e o perigo de que prováveis sanções compliquem a situação econômica do país e alimentem pressões por reformas. O ambiente em Teerã é tenso. O governo não divulga a lista dos presos que participaram dos protestos durante as eleições presidenciais do ano passado. As manifestações completam um ano em junho. O governo também resiste às cobranças dos ativistas de direitos humanos por uma flexibilização das rigorosas leis religiosas que regulam a vida no país desde a revolução islâmica, há 31 anos. Leis que mantém a mulher em situação jurídica inferior à dos homens e discrimina minorias como homossexuais e praticantes de outras religiões.
Para evitar que os estudantes aproveitem a presença de Lula e dos presidentes do G-15 para promover novas ondas de protesto, o governo iraniano decretou feriado de cinco dias nas escolas e universidades. Os jornalistas estrangeiros só podem circular pelas ruas de Teerã com autorização expressa da Diretoria Geral de Imprensa Estrangeira do Ministério da Cultura da República Islâmica do Irã.
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