Grupo apresenta dificuldades das casas terapêuticas no Paraná e pede apoio ao MDS e regulamentação à atuação das mesmas
Fotografia: Elias Dias
A ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), Márcia Lopes, se reuniu em Curitiba com representantes do Fórum Antidrogas das Comunidades Religiosas Terapêuticas do Paraná. O encontro, realizado nesta segunda-feira, serviu para que o grupo entregasse um documento mostrando a importância das chamadas casas terapêuticas, a situação das mesmas no Paraná e a sugestão para que estas fiquem vinculadas ao MDS e não ao Ministério da Saúde (MS).
O frade carmelita calçado Francisco Manoel de Oliveira, conhecido como frei Chico, que é criador e diretor da Casa do Servo Sofredor, onde vivem 60 dependentes químicos, foi o representante do grupo. “A Anvisa nos trata como clínicas e hospitais, mas o nosso trabalho não tem essa característica, por isso, e devido a falta de estrutura, muitas casas não conseguiram se estruturar e terão de fechar as portas, mas nós atendemos os pobres, que não têm a quem recorrer”, explicou.
No Brasil, são mais de 4 mil casas terapêuticas, com mais de 60 mil pessoas atendidas. A atuação das casas tem mais de 30 anos. “Nós temos um jeito diferente de trabalhar porque entendemos o trabalho de forma psicossocial. Temos casas muito simples, mas com pessoas que têm uma vocação e fazem um trabalho espetacular”, ressaltou frei Chico.
As entidades presentes no evento representavam vários municípios, entre eles Curitiba, São José dos Pinhais, Lapa, Mandirituba, e deixaram claro que querem critérios e uma legislação para regulamentar a atuação das casas terapêuticas. Hoje, cada entidade atua de uma forma e cada município fiscaliza de uma maneira.
Após ouvir as propostas, a ministra Márcia Lopes destacou que o tema dependência química é complexo, não só para a sociedade brasileira, como para o mundo. “Estamos aprendendo a tratar desse tema ainda e não há uma formação clássica em diversas áreas que atenda às necessidades demonstradas, mas com certeza esse é um tema de saúde pública e o melhor caminho é criar, na rede de saúde, condições para tratar os dependentes, mas isso não significa que as casas terapêuticas deixaram de existir, elas têm um papel fundamental que precisa ser regulado e apoiado”, destacou a ministra.
Gleisi Hoffmann,candidata do PT ao Senado, acompanhou a reunião com as entidades como observadora, já que o combate às drogas é uma das bandeiras que pretende defender no Congresso. Após o evento, Gleisi falou à sua assessoria sobre o tema: “precisamos promover uma grande discussão com todos os segmentos e fortalecer o trabalho das entidades que já atuam no combate às drogas, como as casas terapêuticas e diversas outras instituições, formando uma forte rede em parceria com a sociedade civil”, defende.
Webjornalismo: Luana Ferrarini
Postar um comentário
Obrigado pela participação.