No segundo dia de campanha oficial, durante caminhada no centro de Jundiaí (SP) nesta quarta-feira (7), o candidato à Presidência da República pelo PSDB, José Serra, criticou a candidata do PT, Dilma Rousseff, por assinar programa de governo sem ler. A coordenação de campanha petista trocou as diretrizes para o programa de governo que havia sido protocolado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na segunda-feira (5).
"Achei incrivel, realmente. Porque você não assina um programa assim sem dar uma olhada naquilo que tem", disse o tucano. O TSE confirmou que foi entregue um novo documento.
Serra disse acreditar que o documento entregue inicialmente se tratasse do original com as propostas da candidata petista.
"Na verdade, acho que o propósito era entregar aquele mesmo. Não foi entregue outra versão. Demorou muito. Foi entregue uma versão trabalhada para tirar essas coisas mais polêmicas e que são autenticamente ideias do PT. A própria Dilma, quando foi ministra, assinou várias destas propostas para o presidente Lula e está lá encaminhado. E ontem de novo", afirmou.
A coordenação da petista havia protocolado o programa do partido aprovado em congresso em fevereiro. O documento previa mais impostos para fortunas, fim da criminalização de movimentos sociais, maior controle sobre a mídia e confirmava apoio à jornada de trabalho de 40 horas sem redução de salários.
A assessoria da campanha de Dilma informou que o programa errado foi entregue "por equivoco". O texto das novas diretrizes, disponível no site da campanha, é basicamente o mesmo, mas com diferenças significativas de tom. Pontos considerados polêmicos foram excluídos e frases mais críticas, alteradas.
"O programa apresentado estava errado. Apresentaram o programa do congresso do PT, de fevereiro, ao invés do programa da campanha", afirmou Dilma na terça-feira (6), em Porto Alegre (RS). Sem citar nomes, ela disse que "a pessoa, ao tirar do site, colocou o programa do PT, e não o programa da campanha."
Confira o novo documento com diretrizes para o programa de governo
Entre as frases modificadas estão duras críticas à gestão anterior. O texto antigo, do PT, dizia: “A partir dos anos 90, proliferaram teses conservadoras e neoliberais que comprometeram os investimentos produtivos, quebraram parte do parque industrial, sucatearam a infra-estrutura física”. O novo foi alterado para: “A partir dos anos 90, os investimentos produtivos foram reduzidos. O país sofreu restrições no seu parque industrial”.
Saneamento
Serra utilizou sua passagem por Jundiaí para defender a redução de impostos federais sobre o sistema de saneamento de estados e municípios. “Hoje o saneamento é tributado, há impostos sobre saneamento do governo federal que retiram do sistema R$ 2 bilhões [por ano]. A minha proposta, que aliás fiz em 2007 para o presidente Lula, era retirar o PIS/Cofins sobre saneamento para poder investir esse montante a fundo perdido pelo Brasil afora”, declarou.
Serra utilizou sua passagem por Jundiaí para defender a redução de impostos federais sobre o sistema de saneamento de estados e municípios. “Hoje o saneamento é tributado, há impostos sobre saneamento do governo federal que retiram do sistema R$ 2 bilhões [por ano]. A minha proposta, que aliás fiz em 2007 para o presidente Lula, era retirar o PIS/Cofins sobre saneamento para poder investir esse montante a fundo perdido pelo Brasil afora”, declarou.
O candidato classificou o déficit brasileiro em saneamento como "imenso" - citou que metade da população “não tem rede de esgoto tratado nem nada”. Criticou ainda o governo federal por não ter promovido a desoneração. “Se você não fez em 7 anos em meio. É fácil [afirmar ser a favor da proposta], por que não fez?”
Loteamento
Durante a entrevista, que durou oito minutos, Serra também voltou a criticar, desta vez em tom didático, o que chama de aparelhamento da máquina pública pelo governo federal. “Aparelhado, às vezes as pessoas não entendem. Significa loteado entre partidos. Ou seja, não é [indicado ao governo] segundo sua capacidade, sua experiência”, afirmou. Serra reconheceu, contudo, que a prática de distribuição de cargos segundo critérios políticos não é nova no país. “O PT não inventou [o loteamento político], mas reforçou, reforçou muito. Nunca houve tanto.”
Durante a entrevista, que durou oito minutos, Serra também voltou a criticar, desta vez em tom didático, o que chama de aparelhamento da máquina pública pelo governo federal. “Aparelhado, às vezes as pessoas não entendem. Significa loteado entre partidos. Ou seja, não é [indicado ao governo] segundo sua capacidade, sua experiência”, afirmou. Serra reconheceu, contudo, que a prática de distribuição de cargos segundo critérios políticos não é nova no país. “O PT não inventou [o loteamento político], mas reforçou, reforçou muito. Nunca houve tanto.”
Serra também defendeu a viabilidade de sua proposta de inserir mais 15 milhões de famílias no programa Bolsa Família. Destacou que é preciso ter, para isso, um "bom sistema de cadastramento e um bom sistema de distribuição". “Precisa trazer estados e municípios para o trabalho. Enfim, trabalhando com competência, do ponto de vista de recursos, não é nada abusivo.”
Caminhada
O tucano chegou a Jundiaí por volta das 12h30, dez minutos depois do candidato tucano ao governo estadual, Geraldo Alckmin, e os postulantes ao Senado Aloysio Nunes Ferreira (PSDB) e Orestes Quércia (PMDB). Caminhando com dificuldade por causa do assédio de fotógrafos e cinegrafistas, Serra tomou café em uma lanchonete e entrou em outras quatro lojas.
O tucano chegou a Jundiaí por volta das 12h30, dez minutos depois do candidato tucano ao governo estadual, Geraldo Alckmin, e os postulantes ao Senado Aloysio Nunes Ferreira (PSDB) e Orestes Quércia (PMDB). Caminhando com dificuldade por causa do assédio de fotógrafos e cinegrafistas, Serra tomou café em uma lanchonete e entrou em outras quatro lojas.
Em uma ótica, a gerente não escondeu o incômodo pelo excesso de pessoas no local. Após a saída do candidato reclamava: “pelo amor de Deus”. Em uma loja de bolsas, o palmeirense Serra questionou o dono porque só havia mochilas do Corinthians no local.
Protesto
Durante a passagem do candidato, um professor da cidade filiado ao Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeosp) segurava uma faixa com os dizeres "Serra mente para o povo, educação pede socorro". “Quando fiquei sabendo que ele vinha, estava no intervalo da aula, saí 12h20 e vim para cá", afirmou Anderson Grange, de 29 anos, que também dizia palavras de ordem contra o tucano e era contestado por uma senhora aos gritos de “Lula mentiroso”.
Durante a passagem do candidato, um professor da cidade filiado ao Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeosp) segurava uma faixa com os dizeres "Serra mente para o povo, educação pede socorro". “Quando fiquei sabendo que ele vinha, estava no intervalo da aula, saí 12h20 e vim para cá", afirmou Anderson Grange, de 29 anos, que também dizia palavras de ordem contra o tucano e era contestado por uma senhora aos gritos de “Lula mentiroso”.
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