Reunião de gestão na Secretaria de Infraestrutura e Logística. Curitiba, 18.09.2012. Foto: Ivan Bueno / SEIL |
Começaram nesta quarta-feira (18) as discussões a respeito do planejamento estratégico compartilhado do setor de logística e infraestrutura no Paraná. Técnicos da Secretaria da Infraestrutura e Logística, Departamento de Estradas de Rodagem (DER), Ferroeste e Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) – que participam do istema de gestão integrada da área – reuniram-se em Curitiba para fazer um balanço do primeiro trimestre e discutir o programa de modernização e ampliação da infraestrutura paranaense.
A apresentação do programa foi um dos pontos de destaque da reunião. O projeto tem foco em pleitos de investimentos federais no Estado nos vários modais de transporte: rodoviário, ferroviário, portuário e hidroviário.
“O Paraná está fazendo a lição de casa com os investimentos de R$ 1,2 bilhão em infraestrutura anunciados recentemente. Mas, para o desenvolvimento equilibrado do Estado, há a necessidade de investimentos federais”, afirmou o secretário de Infraestrutura e Logística, José Richa Filho.
Também foram discutidos os principais programas e projetos rodoviários, ferroviários, aeroviários e portuários do Estado. A pauta do encontro ainda incluiu as ações voltadas para a gestão e padronização dos processos relacionados ao plano de obras e edificações do Estado, bem como a unificação de procedimentos para licitações, contratações e acompanhamento de obras.
“Vamos superar todos os problemas em conjunto. O governo trouxe mais de R$ 16 bilhões em investimentos para o Estado e temos de cumprir o contrato de gestão da administração Beto Richa”, disse o secretário José Richa Filho. “A secretaria está preparando o ambiente para criar uma rede eficiente de informação, com muito mais inteligência, gestão de resultado e metas”, acrescentou o diretor geral Aldair Wanderlei Petry.
RODOVIAS – Entre os investimentos federais que o Governo do Paraná reivindicará, destacam-se os recursos para as obras do contorno rodoviário de Curitiba, com a federalização da PR-418. Na área rodoviária, também são importantes a duplicação da BR-163, na ligação Norte-Sul, e a federalização da Estrada Boliadeira, a BR-487, que faz a integração com o Mato Grosso do Sul.
Também foram destacados, no setor rodoviário, a construção de trecho da BR-158, entre Campo Mourão e Palmital, e obras da PR-272, que liga Iporã a Goioerê, para a qual também existe solicitação de ser federalizada. O início da construção da BR-101, fazendo a integração de Curitiba e região com os portos do Paraná, é outra proposição dos técnicos da decretaria.
FERROVIAS – Em relação ao modal ferroviário, foi destacada a necessidade de melhorar a acessibilidade dos trens aos portos do Litoral. As principais demandas da Ferroeste são a construção de um novo ramal entre Guarapuava e os portos do Litoral do Estado, para solucionar o gargalo histórico existente entre a região Central e os terminais marítimos.
Na região de Curitiba, a principal demanda é a construção de um contorno ferroviário de cerca de 57 quilômetros, tirando o tráfego pesado de trens de regiões urbanas. A integração do Paraná com o Mato Grosso do Sul, grande produtor e exportador de granéis, através da extensão da linha da Ferroeste de Cascavel até Guaíra, no Paraná, e depois até Maracaju (MS), é outra grande aspiração dos setores produtivos dos dois Estados. O projeto deve ser desenvolvido em breve pela Valec, empresa do governo federal.
O Estado defende a extensão Sul do ramal da ferrovia Norte-Sul, desde São Paulo até o Sul do País, passando entre Cianorte e Campo Mourão, região produtiva paranaense que ainda carece de uma ferrovia importante para escoar seus produtos. Nessa região fica a Coamo, a maior cooperativa da América Latina. A ideia é que a Norte-Sul, no Paraná, faça um entroncamento ferroviário em Cascavel, com a Ferroeste, e então desça por Francisco Beltrão e Pato Branco até Chapecó, em Santa Catarina.
Em sua apresentação, o presidente da Ferroeste, Maurício Querino Theodoro, lembrou que, até o momento, 23 empresas estão interessadas em participar da licitação para a compra de cinco locomotivas. Com elas, a empresa vai dobrar sua capacidade de tração. Em relação ao concurso público promovido pela empresa, mais de 3,8 mil cadastros foram feitos.
Theodoro disse ainda que recursos repassados pelo Governo do Estado permitiram à Ferroeste recuperar suas máquinas e a via permanente. Segundo ele, investimentos privados da ordem de R$ 330 milhões estão sendo anunciados. Somente a Cotriguaçu já anunciou investimentos de até R$ 200 milhões. A ABInsumos está investindo outros R$ 20 milhões. A cooperativa Agrária também anunciou que vai implantar uma fábrica de beneficiamento de milho em Guarapuava, disse o dirigente.
Ele também adiantou que a empresa está se preparando para licitar a contratação de 30 carretas para buscar as peças doadas pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). O valor de mercado desse material é de cerca de R$ 30 milhões. Sete carretas com peças já foram buscadas pela empresa.
Na atual gestão, a Ferroeste também investiu na implantação de sistemas de segurança comunicação de rádio, fará reformas nos postos de abastecimento e está construindo galerias pluviais no terminal de Cascavel.
PORTOS – O superintendente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina, Luiz Henrique Dividino, apresentou vários projetos de modernização portuária no Litoral do Estado. Entre eles, dependente de parceria com o Governo Federal, está o acesso ao Porto de Paranaguá, hoje estrangulado por várias questões.
Para que a situação melhore, os técnicos portuários defendem a construção de um novo acesso ao terminal. Está sendo aventado o aproveitamento da estrada velha de Alexandra. Da mesma forma, recomenda-se a construção de dois viadutos rodoviários e três ferroviários nos acessos já existentes. Para que a questão do acesso ao porto seja resolvida, é preciso ainda recuperar a Avenida Airton Senna.
A dragagem nos portos de Paranaguá e de Antonina, a construção de novos armazéns em Paranaguá e a implantação de um novo píer, em formato de “T”, no terminal paranaense, aumentando sua capacidade de recepção, são outros itens que entraram na pauta dos especialistas. Outras obras importantes estão sendo consideradas, como a construção do cais do novo porto de Pontal do Paraná, com armazéns e pátios.
ALTERNATIVAS – Durantes a apresentação, foram mostradas ainda outras alternativas na área de infraestrutura, como o aproveitamento de hidrovias, especialmente na bacia do Paraná. A preocupação é que estes projetos tenham relação direta com a economia paranaense. Estão nos planos da secretaria o estudo das possibilidades das eclusas do Paranapanema, a construção de um terminal no rio Tibagi (Jataizinho) e a hidrovia do Ivaí.
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