Presidente
José Eduardo dos Santos suspendeu
as atividades
da Igreja Universal do Reino de Deus
em Angola
(Pedro Parente / Agência Lusa)
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Luanda,
02 fev (Lusa) - As autoridades angolanas suspenderam as atividades da Igreja
Universal do Reino de Deus e
interditaram os cultos e demais atividades de outras seis igrejas evangélicas,
não legalizadas, segundo um comunicado enviado neste sábado (02) à agência de
pública de notícias de Portugal, Lusa. A suspensão das atividades da Universal
é uma das conclusões da Comissão de Inquérito nomeada pelo Presidente José
Eduardo dos Santos, na sequência da morte de 16 pessoas, por asfixia e
esmagamento, no último dia 31 de dezembro, na capital angolana.
"Dia
do Fim"
O
culto, denominado "Vigília do Dia do Fim", concentrou dezenas de
milhares de pessoas que ultrapassaram, em muito, a lotação autorizada do
Estádio da Cidadela. No comunicado enviado à Lusa, o governo anuncia que a
Procuradoria Geral da República vai "aprofundar as investigações e a
consequente responsabilização civil e criminal".
A
Comissão de Inquérito (CI) concluiu ainda que as mortes ocorreram devido à
superlotação no interior e exterior do Estádio da Cidadela, causada por
"publicidade enganosa".Dias antes da cerimónia, a Universal espalhou
em Luanda publicidade sobre o evento, que chamou de "Dia do Fim". A
propaganda convidava todos a "dar um fim a todos os problemas: doença,
miséria, desemprego, feitiçaria, inveja, problemas na família, separação,
dívidas".
Para
a Comissão de Inquérito esta publicidade criou, no seio dos fiéis, "uma
enorme expectativa de verem resolvidos os seus problemas" e, socorrendo-se
da legislação em vigor, classifica a difusão do evento como "criminosa e
enganosa". A igreja também é
acusada de não ter suspendido a cerimônia, mesmo depois de ter tido
conhecimento da existência de vítimas mortais.
Outras
igrejas tiveram atividades suspensas
Quanto
à interdição de cultos e a outras atividades de seis igrejas evangélicas, a
justificativa foi o fato de não estarem legalizadas. “Realizam cultos
religiosos e publicidade, recorrendo às mesmas práticas da Universal”. As seis
igrejas proibidas de levarem a cabo qualquer tipo de atividade são as igrejas
Mundial do Poder de Deus, Mundial do Reino de Deus, Mundial Internacional,
Mundial da Promessa de Deus, Mundial Renovada e Igreja Evangélica Pentecostal
Nova Jerusalém.
O
comunicado pede aos fiéis destas igrejas e a toda a população em geral, para que
se mantenham "serenos", e a cumpram "cabalmente as decisões
tomadas". A Comissão de Inquérito, criada em 02 de janeiro pelo Presidente
José Eduardo dos Santos, foi coordenada pelo ministro do Interior, Ângelo
Tavares com auxílio da ministra da Cultura, Rosa Cruz e Silva, e integrada
pelos ministros da Administração do Território, Bornito de Sousa, da Justiça,
Rui Mangueira, da Saúde, José Van-Dúnem, e da Juventude e Desportos, Gonçalves
Muandumba, além do governador da província de Luanda, Bento Bento.
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