Nas
palavras do cardeal decano Angelo Sodano a gratidão e a proximidade espiritual
da Igreja
BENEDICTUS PP XVI |
Cidade do Vaticano, 11 de Fevereiro de 2013 — Desconcerto, surpresa, admiração e comoção diante das
palavras de Bento XVI, que comunicou a sua decisão de renunciar ao ministério
de Bispo de Roma. Sentimentos que se viam nos rostos dos cardeais e dos
prelados que — reunidos para o Consistório ordinário público na manhã de
segunda-feira 11 de Fevereiro na sala do Consistório do Palácio Apostólico —
ouviram diretamente do Papa o anúncio inesperado.
Os
olhares de todos cruzaram-se, um leve murmúrio elevou-se na sala e a admiração
transformou-se num lamento. Mas depois dos primeiros momentos de confusão,
foi-se manifestando nos presentes — entre os quais estavam também os
mestres-de-cerimónias, os representantes das postulações, os cantores da Capela
Sistina, os sediários pontifícios e os adidos técnicos — o reconhecimento
unânime que o gesto realizado pelo Pontífice é um elevadíssimo ato de
humildade.
BENEDICTUS PP XVI |
Uma
decisão que surpreendeu todos. E que o Pontífice – acompanhado pelos arcebispos
Georg Gänswein, prefeito da Casa Pontifícia, e Guido Pozzo, esmoler, pelos
monsenhores Leonardo Sapienza, regente da Prefeitura da Casa Pontifícia, e
Alfred Xuereb, da Secretaria particular do Pontífice — quis comunicar
pessoalmente quando, no final da celebração da Hora média e após o anúncio de
que no dia 12 de Maio próximo se realizarão as três canonizações na ordem do
dia do Consistório, leu o texto em latim da Declaratio escrita com o seu
próprio punho. Falando com voz firme e serena, enquanto os presentes o ouviam
num silêncio quase irreal — explicou os motivos da sua decisão, tomada com
plena liberdade e depois de ter reiteradamente examinado a minha consciência
diante de Deus.
De
um momento de oração e de alegria, a atmosfera transformou-se em tristeza. Quem
se fez porta-voz foi o cardeal Ângelo Sodano, decano do Colégio cardinalício,
que imediatamente tomou a palavra em nome de todos os purpurados. “Santidade,
amado e venerado sucessor de Pedro, a sua mensagem comovida — disse — ressoou
nesta sala como um raio em céu sereno”. Ouvimo-lo com sentido de trepidação,
quase totalmente incrédulos. Nas suas palavras pudemos sentir o grande afeto
que Vossa Santidade sempre teve pela santa Igreja de Deus, por esta Igreja que
Vossa Santidade tanto amou.
Agora,
acrescentou, permita que lhe diga em nome deste cenáculo apostólico, o Colégio
cardinalício, em nome destes seus amados colaboradores, que estamos mais
próximos do que nunca, como estivemos ao longo destes luminosos oito anos do
seu pontificado.
O
purpurado assegurou a Bento XVI que antes de 28 de Fevereiro, como Vossa
Santidade disse, dia em que deseja pôr a palavra fim a este seu serviço
pontifical, prestado com muito amor e humildade, antes de 28 de Fevereiro,
poderemos expressar-lhe melhor os nossos sentimentos. Assim farão muitos
pastores e fiéis espalhados pelo mundo, assim farão numerosos homens de boa
vontade, juntamente com as autoridades de muitos países. Depois, uma referência
aos próximos compromissos do Pontífice.
Ainda
este mês teremos a alegria de ouvir a sua voz de pastor, já na quarta-feira de
Cinzas, e depois na quinta-feira com o Clero de Roma, nos Ângelus destes
domingos e nas audiências de quarta-feira. Portanto, haverá ainda muitas ocasiões
para ouvir a sua voz paterna. Mas a sua missão, concluiu, continuará. Vossa
Santidade disse que estará sempre próximo de nós com o seu testemunho e com a
sua oração. Sem dúvida, as estrelas do céu continuarão a brilhar sempre e assim
brilhará sempre no meio de nós a estrela do seu pontificado. Estamos próximos
de Vossa Santidade, Santo Padre. Abençoe-nos!.
*Com Informações:
L'Osservatore Romano
L'Osservatore
Romano
|
Postar um comentário
Obrigado pela participação.