A comissão de
beatificação de Nhá Chica
começou os trabalhos em 1989.
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A Igreja Católica
anunciou a beatificação de Francisca Paula de Jesus, a Nhá Chica. Ela é a
primeira negra a ser declarada beata no Brasil. A solenidade foi realizada em
Baependi, município mineiro que fica a 400 quilômetros de Belo Horizonte. A
missa de consagração foi rezada no Santuário Nossa Senhora da Conceição, onde
estão os restos mortais de Nhá Chica, e contou com a presença de autoridades do
Vaticano, o governador de Minas, Antonio Anastasia e o secretário-geral da
presidência da República, ministro Gilberto Carvalho, que representou a
presidenta Dilma. O decreto de beatificação foi assinado pelo papa Bento XVI em
junho de 2012. Em 2011, o Vaticano aprovou o registro de um milagre atribuído à
beata.
A comissão de
beatificação de Nhá Chica começou os trabalhos em 1989. Em 1991, o Vaticano deu
a ela o título de Serva de Deus. O primeiro registro de milagre foi feito em
1995, por uma professora que diz ter sido curada de um problema congênito do
coração na véspera de fazer a cirurgia. Em 2011, o papa Bento XVI aprovou as
virtudes da religiosa e deu-lhe o título de Venerável. A comissão médica da
Congregação das Causas dos Santos do Vaticano aprovou o milagre em outubro de
2011, concordando que não havia explicação científica para a cura da
professora. A comissão de cardeais também confirmou o milagre em 2012.
Em nota divulgada
ontem (3), a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) destacou que a
beatificação de Nhá Chica tem um significado muito importante para a Igreja.
Filha e neta de escravos, a beata era analfabeta e ficou órfã ainda na
infância. Devota de Nossa Senhora da Conceição, viveu na pobreza e na
simplicidade, e dedicou sua vida para servir as pessoas, especialmente na tarefa
de escutar e aconselhar. Seu cuidado com os mais pobres rendeu-lhe o título de
“Mãe dos Pobres”.
Francisca de Paula
de Jesus nasceu no distrito de Santo Antônio do Rio das Mortes, em São João Del
Rey (MG) e foi morar em Baependi ainda pequena com a mãe, uma ex-escrava, e o
irmão Teotônio. Em 1818, Nhá Chica, então com dez anos de idade, perde a mãe,
que deixa também o filho Teotônio, com 12 anos. Ainda na juventude, era
procurada para dar conselhos, fazer orações e dar sugestões para pessoas que
lidavam com negócios na cidade.
Segundo o site
dedicado à beatificação de Nhá Chica www.nhachica.org.br, a fama de santidade
se espalhou e as pessoas começaram a visitar Baependi para conhecê-la,
conversar com ela e pedir orações. Nhá Chica morreu no dia 14 de junho de 1895,
aos 87 anos.
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