Líder dos militares voltou a
justificar golpe que derrubou Morsi
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A Justiça do Egito bloqueou neste
domingo os bens de 14 líderes do movimento Irmandade Muçulmana, do qual o
presidente deposto Mohammed Morsi faz parte.
O líder do grupo, Mohammed Badie
e o vice, Khairat al-Shater, estariam entre os líderes que tiveram os bens
bloqueados.
Além deles, segundo o Canal 1TV,
um canal de televisão estatal do Egito, o líder do braço político da irmandade,
o Partido Liberdade e Justiça, Mohammed Saad al-Katani também teve seus bens
bloqueados, junto com outros membros importantes de grupos islâmicos
adversários da Irmandade.
Já foram divulgados mandados de
prisão contra Badie e outros integrantes da Irmandade Muçulmana e Morsi já está
detido desde o dia em que foi tirado do poder pelos militares do país. Mas, não
se sabe onde o ex-presidente está sendo mantido.
A decisão sobre o bloqueio dos
bens foi tomada pelo promotor Hisham Barakat em meio a uma investigação dos
confrontos que ocorrem no Egito desde que Morsi foi deposto.
Dezenas de pesoas morreram nas
manifestações contra e a favor de Morsi nas últimas duas semanas.
Novo governo
Neste domingo o chefe do
principal bloco de oposição liberal, Mohammed El Baradei, assumiu o cargo de
vice-presidente responsável pelas relações internacionais do Egito.
O primeiro-ministro interino,
Hazem al-Beblawi, também nomeou mais integrantes do governo. Ahmed Galal, um
economista liberal com doutorado na Universidade de Boston, será o ministro da
Economia.
Nabil Fahmy, ex-embaixador do
Egito nos Estados Unidos, foi nomeado ministro do Exterior.
O governo temporário do Egito tem
como tarefa liderar o país de acordo com o plano apoiado pelos militares para
restaurar o governo civil.
O anúncio dos novos nomes do
governo interino e do bloqueio de bens dos líderes da Irmandade Muçulmana
ocorreu no dia em que o enviado dos Estados Unidos ao Egito, William Burns,
chegou ao Cairo para se reunir com membros do movimento de militares que
derrubou Morsi.
As autoridades americanas já
pediram a libertação do presidente deposto.
Em um discurso transmitido pela
televisão neste domingo, o comandante geral do Exército, general Abdul Fattah
al-Sisi, defendeu a decisão de depor Morsi.
Ele informou ainda que tinha
pedido a Morsi a realização de um referendo a respeito de seu governo dias
antes do presidente ser deposto.
"A resposta foi rejeição
total", afirmou al-Sisi.
O general também afirmou que, a
partir de agora, nenhum grupo será proibido de participar da política do país.
"Cada força política... deve
perceber que uma oportunidade está disponível para todos na vida política e
nenhum movimento ideológico está proibido de participar", acrescentou.
Com informações da BBC Brasil
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