Na região do Arenito Caiuá, no Noroeste do Paraná, a altura de corte da braquiária ruziziensis não deve ser inferior a 23 centímetros nos sistemas de produção que integram bovinocultura de corte e soja em plantio direto. Essa é a conclusão de um estudo que os pesquisadores Jonez Fidalski e Sérgio José Alves realizaram, durante três anos, na estação experimental que o Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) mantém em Xambrê. O estudo foi publicado na Revista Brasileira de Ciência do Solo e pode ser obtido no endereço www.scielo.br/
Obter o maior ganho de peso, não prejudicar a pastagem e ainda preservar as condições do solo é uma equação que há tempos preocupa os pecuaristas da região,
conhecida pelos terrenos bastante suscetíveis à erosão. Fidalski lembra que a altura de corte da gramínea está relacionada com o procedimento adotado no manejo da pastagem e também com a pressão que os animais e o tráfego de máquinas para o cultivo da soja exercem no terreno. “O objetivo do estudo foi avaliar a melhor relação entre esses fatores para gerar o mínimo possível de compactação do solo”, explica.
Foto: Divulgação IAPAR |
O pastejo da braquiária até o limite de 23 cm possibilita manter uma tonelada de peso vivo de bovino por hectare durante 90 dias no outono e inverno - o que os especialistas consideram uma produtividade boa - e, ainda, obter bons indicadores de densidade, porosidade e armazenamento de água nos primeiros 20 cm de profundidade do solo, segundo Fidalski.
“Pecuaristas que rebaixam demais a pastagem podem até obter um lucro imediato, mas, no longo prazo, o custo é a degradação física do solo e o comprometimento da propriedade e do negócio”, comenta o pesquisador.
ARENITO - Cerca de 3,2 milhões de hectares ou 16% da área total paranaense são originários do Arenito Caiuá, a maior deles explorados para a pecuária de corte e ocupados com pastagens de baixa produtividade, segundo Fidalski.
Os solos do arenito são frágeis, suscetíveis à perda de nutrientes, matéria orgânica e à erosão. Há décadas pesquisadores e pecuaristas buscam alternativas para reforma de pastagens degradadas e sistemas de rotação de culturas em plantio direto para a região.
Mais recentemente, os estudos apontam para a integração lavoura-pecuária. Nesse sistema, a sucessão de soja em plantio direto na primavera e verão e pastagem no outono e inverno melhora a qualidade química e física dos solos do arenito. “É uma boa opção de manejo conservacionista para a região”, conclui o pesquisador.
O projeto terá prosseguimento com a avaliação da braquiária brizanta, outra espécie de pastagem muito utilizada pelos pecuaristas do noroeste paranaense.
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