JBPress
  • CAPA
    • BRASIL
    • ECONOMIA
  • CADERNOS
    • VIDEOS
    • CULTURA
    • CURIOSIDADE
    • MODA
  • CADERNOS 2
    • SAÚDE
    • AGRO
    • PARANÁ
    • CIÊNCIA
  • OPINIÃO
  • ESTILO
  • MUNDO

Home Opinião Um presidente justiceiro, um pacificador ou um mais do mesmo?

Um presidente justiceiro, um pacificador ou um mais do mesmo?

JBPress novembro 19, 2017 0

O Brasil ainda parece estar à espera de alguém que demonstre que é capaz de pensar mais no futuro do país do que em suas ambições pessoais




Os assessores de imagem deveriam dizer aos candidatos à Presidência da República que ninguém consegue se eleger somente se candidatando contra alguém infundindo medo ou vendendo mais do mesmo. Quando chega o momento de escolher um candidato, os 140 milhões de potenciais eleitores porão os olhos em quem for mais capaz de entusiasmá-los e uni-los.

Não bastará, por exemplo, aparecer como a antítese de alguém para garantir os votos se não souber oferecer algo mais aos descrentes da política. Se há algo de que necessitam aqueles que o mau exemplo dos governantes dividiu e contrapôs não é de um justiceiro, alguém que queira se limitar a colocar ordem, ou alguém que volte a governar com os corruptos, mas de alguém que dialogue, um pacificador que saiba fazer o milagre de devolver às pessoas o gosto de se unirem para reconstruir o país. Milhões de cidadãos estão se cansando das guerras verbais, das ameaças e dos conflitos entre os políticos e de suas artimanhas para conquistar o poder de costas aos desejos da sociedade.

O velho axioma “divide e vencerás” talvez não funcione dessa vez com os brasileiros mais inclinados a buscar novos motivos para fugir dessa crispação que chegou a dividir até mesmo os amigos. Posso estar errado, mas uma análise hermenêutica e menos superficial das redes sociais me faz intuir que o Brasil está em busca de alguém que liberte. De alguém que traga de volta a harmonia e o gosto de lutar juntos por uma causa capaz de expressar o melhor da alma brasileira, que não está nos extremismos, no confronto ou na guerra e menos ainda no prato requentado dos corruptos. Se fosse esse o caso, seria necessário analisar se os candidatos que até agora surgem como possíveis candidatos à Presidência aparecem como capazes de agregar e entusiasmar sem necessidade de desqualificar seus oponentes, ou se acreditam que o melhor é se apresentar com a espada desembainhada. Dos personagens que começam a aparecer nas pesquisas como possíveis candidatos, existe algum capaz de apostar na concórdia nacional, ou continuam convencidos de que o que lhes dará a vitória será a tentativa de esmagar seus oponentes ou de apresentar mais do mesmo?

Nem Lula ganhará se tentar o “nós contra eles”, ou se sacudir o discurso de “extirpar da política” seus adversários, nem Bolsonaro ou Doria, se permanecerem fechados em uma campanha agressiva, o primeiro com uma linguagem vulgar, atacando sem nuances Lula e o PT, como tampouco o fará Ciro Gomes, o ex-ministro de Lula, se não contiver suas explosões que provocam mais medo do que consenso. O pragmático Lula, ao qual não falta olfato político, entendeu isso e já disse que sonha em voltar para “devolver a confiança aos brasileiros”. Ele não especificou, no entanto, como o faria. O recente abraço em Renan Calheiros, em Alagoas, e os elogios que lhe fez não parecem ser o melhor presságio. Lula iria novamente junto com o partido de Temer?

E Marina Silva? Por enquanto, é um enigma. Ela é, sem dúvida, uma mulher que geralmente não costuma ter o pecado dos apressados e que capitaliza milhões de votos, mas precisará sair do seu retiro e do seu silêncio para que saibamos que Brasil nos oferece. Ela é um dos poucos políticos que lê e reflete, que sabe esperar sentada na margem do rio. Existem, no entanto, momentos da história em que é necessário sair do deserto para enfrentar a realidade de um país que já sabe o que não quer, mas que parece ainda não ter encontrado o que procura.

Alguém disse que “o mundo não será daquele que mais te adula e repita que te ama, mas de quem souber demonstrar isso melhor”. O Brasil ainda parece estar à espera de alguém que demonstre que é capaz de pensar mais no bem do futuro do país do que em suas ambições pessoais de poder. De alguém que, em vez de infundir medo e excomungar seus adversários, seja capaz de acolher a todos. Morto o caudilho Franco, a Espanha, depois de uma feroz guerra civil e de 40 anos de ditadura, estava dividida em duas. Lembro-me que diante do cadáver do ditador, o então rei Juan Carlos pronunciou uma frase feliz que quebrou o gelo do medo: “Serei o rei de todos os espanhóis”. Ele o foi, e a Espanha começou pouco a pouco a respirar junta e com esperança. E hoje é uma democracia moderna e consolidada. O Brasil não está saindo de uma ditadura, mas de um cataclismo político e econômico que o dividiu. Precisa, antes de qualquer coisa, de alguém que diga com credibilidade: “quero ser o presidente de todos e cada um dos brasileiros sem excluir ninguém”.

Tags: Opinião
Share:

Postar um comentário

Obrigado pela participação.

Postagem mais recente Postagem mais antiga Página inicial
Assinar: Postar comentários ( Atom )
Designed by OddThemes

AUTOR


João de Bourbon é Jornalista, Publicitário e Consultor Político. 
Coordenou e participou de diversas campanhas eleitorais, presta consultoria em Marketing Político e é membro da IAPC – International Association of Political Consultants, associação que congrega os melhores profissionais de Marketing Político do mundo.

Conexão

Curitiba News

MAIS LIDAS

  • Sem liberdade de expressão não existe democracia
    Entrevista: Paulo Uebel, presidente do Instituto Millenium Uebel: Democracia resume a eleição A América Latina vive um momento marcado po...
  • Em Paranavaí, Osmar Dias defende compromisso com o Paraná
    Osmar recebe homenagem na ExpoParanavaí 2010 Paranavaí - 20.03.2010 – “O meu compromisso é do tamanho do Paraná”, afirmou Osmar Dias, neste...
  • Ibaiti esta de luto pela perda de um dos seus filhos que sempre foi uma referência empresarial, Liberatto Regazzo
    O falecimento do empresário e fundador da rede de lojas Santa Terezinha, no dia 19 de março de 2010, Senhor Liberatto Regazzo, deixa o ...
  • Lei municipal que proíbe transporte com uso de aplicativos é inconstitucional, defende PGR
    A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, defendeu ao Supremo Tribunal Federal (STF) que uma lei municipal que proíbe o uso de car...
Tecnologia do Blogger.