Em junho de 1963, essa paraquedista de formação deu 48 voltas em torno da Terra durante 71 horas
Em 16 de junho de 1963, às 10h30, a nave Vostok-6 entrava na órbita terrestre. No seu comando estava Valentina Tereshkova, a primeira mulher a voar ao espaço exterior; Chaika (“gaivota”, em russo) foi o seu codinome naquela missão. Deu 48 voltas em torno da Terra durante 71 horas, mais tempo do que o previsto, por causa de um erro na trajetória da sua nave.
Tereshkova nasceu na aldeia de Bolshoye Maslennikovo, na região central da Rússia, filha de um tratorista e de uma operária têxtil. Entrou na escola em 1945, aos oito anos, e a deixou aos 16, mas continuou a estudar através de cursos por correspondência. Quando chegou à adolescência, começou a se interessar pelo paraquedismo e fez treinamento no aeroclube local. Seu primeiro salto foi aos 22 anos, em 21 de maio de 1959, enquanto trabalhava, como sua mãe, na indústria têxtil.
Quando completou 24, se tornou secretária do Komsomol (Juventude Comunista) e depois filiou-se ao Partido Comunista da União Soviética. Sua experiência como paraquedista, e também sua ligação com o partido, levaram-na até o espaço. Para isso, no entanto, precisou enganar a sua mãe: contou-lhe que estava num campeonato de paraquedismo. Depois de aterrissar perto de um povoado cazaque, a mulher lhe ajudou a tirar o traje espacial enquanto lhe perguntava se havia visto Deus. Respondeu-lhe que sua nave aparentemente tinha seguido outra rota, e talvez por isso não cruzou com ele.
A astronauta russa é mais uma das cientistas que o EL PAÍS homenageia por meio da série Mulheres na Ciência, por ocasião do DIa Internacional da Mulher, celebrado em 8 de março. A série já destacou perfis como o de Alice Ball, pioneira no tratamento de hanseníase, e Rosalind Franklin, que ajudou a desvendar o DNA.
“Na Terra, os homens e as mulheres correm os mesmos riscos. Por que não deveríamos fazer o mesmo no espaço?”
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