Foto:Danny Alveal/Efe
Fora dos jogos da Copa do Mundo de Futebol na África do Sul, os colombianos deverão concentrar hoje (20) as atenções no segundo turno das eleições para a Presidência da República. O governista Juan Manuel Santos e o opositor Antanas Mockus, do Partido Verde, disputam a sucessão do presidente da Colômbia, Álvaro Uribe. Santos encerrou o primeiro turno, em 30 de maio, com 46,6% dos votos válidos, enquanto Mockus obteve 21,5%.
Observadores internacionais afirmam que há uma tendência a um elevado percentual de abstenção nas votações neste domingo. Apaixonados por futebol, os colombianos não conseguiram a classificação para a Copa, porém acompanham os jogos e muitos torcem para a seleção do Brasil que joga às 15h30 deste domingo com a Costa do Marfim. O que pode aumentar a abstenção.
Na última sexta-feira (18), Uribe disse que vai votar cedo para poder acompanhar os jogos da Copa do Mundo. "Eu tomei a decisão de não votar às 8h30, mas às 8h da manhã para não perder um minuto”, disse ele. Na Colômbia, as urnas abrem às 8h e fecham às 16h.
O candidato vitorioso toma posse no dia 8 de agosto. Nos últimos dias, Santos e Mockus se enfrentaram em vários debates. Para especialistas brasileiros que acompanham o processo político na Colômbia, as propostas apresentadas por ambos são frágeis.
O governo Uribe levou à libertação de militares mantidos como reféns pelos guerrilheiros das Forças Revolucionárias da Colômbia (Farc). O combate ao narcotráfico, à violência e à guerrilha é a principal bandeira do atual governo. Por isso, também se transformou em assunto constante nos debates entre Santos e Mockus.
Santos chegou a insinuar que Mockus seria simpatizante das Farc. O opositou negou. Ex-ministro da Defesa de Uribe, Santos comandou as operações contra a guerrilha, em 2005, quando houve o resgate da senadora Ingrid Betancourt e 14 reféns. Em março deste ano, Santos também coordenou o ataque a um acampamento suspeito na fronteira com o Equador.
Quanto as difíceis relações com os vizinhos Venezuela e Equador, Santos e Mockus concordam em buscar uma saída diplomática. O presidente equatoriano, Rafael Correa, acusou Uribe de invadir o território equatoriano para capturar guerrilheiros das Farc. E o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, critica constantemente Uribe por manter estreitas relações com o governo do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. A iniciativa mais polêmica é o uso de sete bases colombianas por militares norte-americanos.
No dia 9, a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, defendeu a medida afirmando que é a maneira que os dois países encontraram para combater o narcotráfico e a ação dos grupos armados. Para o governo brasileiro, as bases militares não são alternativas adequadas para combater a violência na região.
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