RIO - A convenção conjunta que oficializou o nome do deputado federal Fernando Gabeira (PV-RJ) à disputa pelo governo do Rio acabou sem que os candidatos à Presidência da República Marina Silva (PV) e José Serra (PSDB) conseguissem chegar ao local onde ocorria o evento - o Clube Canto do Rio, em Niterói. A militância uniformizada que veio em ônibus de municípios da Baixada Fluminense e da Zona Oeste da cidade do Rio foi embora sem ver os presidenciáveis.
Marina e Serra não se encontraram e apenas participaram de rápidas entrevistas coletivas após a convenção. Os dois evitaram fazer muitos comentários sobre a crise que quase inviabilizou a formalização da coligação em torno de Gabeira. A participação do PSDB no evento deste sábado, 19, só foi confirmada no fim da noite de ontem. Também não ficou claro como se dará a participação do candidato ao governo na campanha presidencial.
No início da semana, a Executiva Nacional tucana decidiu que o partido precisava de um candidato ao Senado no Rio - terceiro maior colégio eleitoral do País - para deixar mais evidente o número 45 na campanha. O PSDB tentou fazer com que o PPS rifasse a candidatura do advogado Marcelo Cerqueira, amigo de Serra, para colocar um tucano em seu lugar. Como o PPS não aceitou a manobra, os tucanos ameaçaram abandonar Gabeira na véspera da eleição.
"Foi muito barulho por pouco. Foi tudo equacionado. A aliança é importante, inusitada, diversificada e forte", desconversou Serra. "O Rio é tão importante que dois candidatos à Presidência têm um único nome para o governo".
Questionado se a falta de um candidato do PSDB ao Senado atrapalharia sua campanha no Estado, Serra disse: "Se eu achasse que sim, você acha que eu diria?" Além de Gabeira e Cerqueira, a chapa terá o ex-deputado federal Márcio Fortes (PSDB) como vice e o ex-prefeito do Rio Cesar Maia (DEM) como o outro candidato ao Senado.
Marina explicou que pretendia discursar para a militância que acompanhou a convenção. Ela chegou atrasada por conta da forte neblina que cobriu o Rio e chegou a fechar os aeroportos da cidade na manhã de ontem. A candidata fez questão de afirmar que não se incomoda com o fato de Serra também apoiar Gabeira. "Essa coligação já estava posta quando entrei para o PV. O Gabeira já me explicou tudo", disse Marina. "Em vez de olhar o que nos divide, vou olhar para o que está nos unindo, que é o Gabeira. Além disso, não é a primeira vez que isso um candidato ao governo tem o apoio de dois presidenciáveis", argumentou Marina, citando a eleição de Jorge Vianna (PT) ao governo do Acre, em 1998, quando ele recebeu apoio de Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Henrique Cardoso.
A maior parte dos militantes que lotaram o Canto do Rio era formada por integrantes do PSDB e do DEM. A maioria usava uniformes. Faixas e cartazes dos candidatos pedindo votos foram espalhadas por todo o local. Poucas faziam referências a Marina. Ao som de buzina e vuvuzelas, políticos de todos os partidos discursaram e a maior parte deles se referiu "aos nossos dois candidatos à presidência" quando citavam Marina e Serra.
Gabeira se colocou como candidato de oposição ao governador Sérgio Cabral (PMDB), que vai tentar a reeleição. Sem citar o nome do peemedebista, disse que o adversário sonhava em ser candidato único e disse que sua campanha será totalmente diferente. "Eu vou aos eventos político de Gol. Ele vai em cinco helicópteros", disse Gabeira. "Vamos para as ruas dizer que o governo não fará mais loteamento político. Não vamos fugir das nossa responsabilidades."
Ah..agora vai ser a hora de um falar mal do outro mas isso não é parâmetro para nada, afinal todos querem voto. Por isso que gosto de Cabral, pelo menos ele não fica trocando briguinhas com ninguém.
ResponderExcluirInfelizmente veremos nossos candidatos jogarem areia no ventilador um do outro, isto já faz parte do trivial de nossas eleições. Devemos ficar atento para a proposta do plano de governo que irão apresentar.
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