O Exército vai passar a fazer, dentro dos próximos dias, a ocupação de todo o maciço dos complexos da Penha e do Alemão, na zona norte do Rio de Janeiro. Para esse trabalho, será constituída uma força de paz unificada, comandada por um oficial do Exército, formada por militares e pela polícia do Rio.
Foto da Igreja da Penha - Complexo do Alemão - Vila CruzeiroFoto:Claudio Lara |
Os militares terão o poder de fazer patrulhamentos, revista de suspeitos e prisões em flagrante, mas não poderão entrar em residências. Os trabalhos de busca e apreensão ficarão por conta de policiais civis e militares. Já a Aeronáutica e a Marinha ficarão de prontidão para apoiar o Exército com os recursos necessários.
As decisões foram tomadas em reunião do ministro da Defesa, Nelson Jobim, com o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, e publicadas em uma diretriz ministerial.
“Tínhamos uma missão específica de patrulhamento e proteção do perímetro. As operações de ocupação [do Complexo do Alemão] eram de responsabilidade das autoridades estaduais. Agora isso será feito por uma força unificada, integrada por militares e policiais. O que é importante é que nós temos claramente a plena integração entre as autoridades estaduais e as autoridades federais, com suas respectivas forças militares e policiais”, disse o ministro Nelson Jobim, que não quis adiantar quando a operação terá início e nem o número de militares a ser empregado.
Governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral e o Ministro Nelson Jobim |
Apesar de o governador ter pedido a permanência dos militares até outubro de 2011, a diretriz não fixa um prazo. O documento prevê que, a cada 30 dias, seja feita uma avaliação pelo Ministério da Defesa e pelo governo do Rio de Janeiro da necessidade de continuar as operações.
Os militares participam da ocupação do Complexo do Alemão desde a semana passada junto com as polícias estaduais. No entanto, o trabalho do Exército, por enquanto, está restrito à realização de um cerco às entradas do conjunto de favelas, com 800 homens. O Complexo da Penha, localizado no mesmo maciço do Alemão e que também será alvo de ocupação da força de paz, ainda não está ocupado.
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