Ex-presidente da
República João Goulart
|
Agência Brasil
Brasília - Os restos
mortais do ex-presidente da República João Goulart foram recebidos hoje (14)
com honras militares, pela presidenta Dilma Rousseff. O corpo de Jango, como
era conhecido, foi exumado ontem, em São Borja (RS), e será submetido à perícia
da Polícia Federal, na capital. A exumação faz parte de uma investigação para
esclarecer se a causa da morte de João Goulart foi mesmo um ataque cardíaco,
conforme divulgaram na ocasião as autoridades do regime militar.
Os ex-presidentes
Luiz Inácio Lula da Silva, José Sarney e Fernando Collor também acompanharam a
cerimônia. Fernando Henrique Cardoso, que se recupera de uma diverticulite, não
pôde participar da homenagem.
A presidenta Dilma
Rousseff disse, em sua conta no Twitter, que a solenidade de honra ao
ex-presidente João Goulart “é uma afirmação da democracia” no Brasil, que se
consolida com este gesto histórico. “Hoje é um dia de encontro do Brasil com a
sua história. Como chefe de Estado da República Federativa do Brasil participo
da recepção aos restos mortais de João Goulart, único presidente a morrer no
exílio, em circunstâncias ainda a serem esclarecidas por exames periciais.
Junto comigo estarão ex-presidentes da República, o presidente do Senado e
políticos de todas as vertentes. Este é um gesto do Estado brasileiro para
homenagear o ex-presidente João Goulart e sua memória”.
Deposto pelo regime
militar (1964-1985), Goulart morreu no exílio, no dia 6 de dezembro de 1976, na
Argentina. O objetivo da exumação é descobrir se ele foi assassinado. Por
imposição do regime militar brasileiro, Goulart foi sepultado em sua cidade
natal, São Borja, no Rio Grande do Sul, sem passar por uma autópsia. Desde
então, existe a suspeita de que a morte de Jango tenha sido articulada pelas
ditaduras do Brasil, da Argentina e do Uruguai.
Após os exames, que
serão feitos em Brasília e em laboratórios internacionais, os despojos voltarão
para São Borja em 6 de dezembro, data de morte do ex-presidente. A perícia é
coordenada pelo Instituto Nacional de Criminalística, da Polícia Federal e ocorrerá
em duas etapas.
A primeira etapa é a
análise antropológica, que detalhará informações sobre substâncias venenosas
que eram usadas no Brasil, na Argentina e no Uruguai e podem ter causado o
envenenamento do ex-presidente. Nesse momento, serão reunidos dados médicos e
pessoais do ex-presidente. Além disso, será feita a análise do DNA. A segunda
etapa da perícia será o exame toxicológico dos restos mortais de Goulart para
confirmar se houve envenenamento.
Agência Brasil
Postar um comentário
Obrigado pela participação.