Presidente americano anuncia data e local para reunião histórica – a primeira entre líderes dos EUA e da Coreia do Norte em 70 anos de conflito. "Tentaremos criar um momento muito especial para a paz mundial", diz.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quinta-feira (10/05) que seu encontro histórico com o líder norte-coreano, Kim Jong-un, ocorrerá em 12 de junho em Cingapura, em meio a um degelo diplomático que promete levar à desnuclearização do país asiático.
"Ambos tentaremos fazer com que este seja um momento muito especial para a paz mundial", escreveu o chefe de Estado americano em mensagem no Twitter.
O encontro entre Kim e Trump marcará a primeira vez em que os líderes dos Estados Unidos e da Coreia do Norte se reúnem em 70 anos de conflito, que começou com a Guerra da Coreia (1950-1953) e há pelo menos 25 anos é tema de negociações fracassadas.
The highly anticipated meeting between Kim Jong Un and myself will take place in Singapore on June 12th. We will both try to make it a very special moment for World Peace!— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) 10 de maio de 2018
Cingapura já havia sido apontada por Trump, em abril, como um dos possíveis locais para receber a aguardada cúpula, juntamente com a fronteira entre as duas Coreias. Palco de uma reunião entre Kim e o presidente sul-coreano, Moon Jae-in, em 27 de abril, o local havia sido descartado na quarta-feira.
Segundo observadores, a escolha de Cingapura se deve provavelmente à sua neutralidade, sua infraestrutura de segurança e seu histórico em sediar cúpulas internacionais. Além disso, encontra-se numa rara posição de ter laços diplomáticos amistosos com Washington e Pyongyang.
Momentos antes de revelar a data e o local nesta quinta-feira, Trump disse acreditar que o encontro "será um grande sucesso". "Nunca se chegou tão longe [em relação à Coreia do Norte]. Nunca houve uma relação como esta", defendeu.
"Acho que temos uma boa chance de fazer algo muito significativo. A conquista que me trará mais orgulho será a desnuclearização de toda a península [coreana] – e a reunião faz parte disso", disse o presidente. "Realmente acredito que [Kim] quer trazer seu país para o mundo real."
As relações com Pyongyang levaram inclusive a uma campanha para que Trump ganhe o prêmio Nobel da Paz. Para Moon, por exemplo, a meta de desnuclearização e o fato de ter conseguido um encontro são motivos suficientes para que o republicano seja o próximo ganhador do prêmio.
Nesta quinta-feira, o governo sul-coreano disse ter grandes esperanças quanto à reunião. "Saudamos a cúpula Coreia do Norte-EUA a ser realizada em Cingapura em 12 de junho. Esperamos que a desnuclearização da península coreana, bem como a paz permanente na península, aconteçam com sucesso através dessa cúpula."
O anúncio desta quinta-feira ocorre horas após Trump receber, nos arredores de Washington, três americanos que estavam detidos na Coreia do Norte e foram libertados na quarta-feira durante uma visita do secretário de Estado americano, Mike Pompeo, ao país asiático.
A Casa Branca interpretou a libertação dos prisioneiros como um gesto de boa vontade do regime norte-coreano, diretamente relacionado com a histórica cúpula entre Trump e Kim.
Os americanos libertados são Kim Dong-chul, Kim Sang-duk e Kim Hak-song. Os três têm cerca de 60 anos e são de origem sul-coreana, tendo sido posteriormente naturalizados americanos.
Esta foi a segunda viagem não anunciada de Pompeo à Coreia do Norte em poucas semanas, mas a primeira dele após a nomeação como o chefe da diplomacia americana. A visita, segundo a Casa Branca, serviu principalmente para tratar do encontro entre Kim e Trump.
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