O destino da candidatura de Lula, o debate sobre os sem-teto após desabamento de prédio em São Paulo e a ameaça de extinção do boto-cor-de-rosa na Amazônia são destaques da semana.
O mito Lula – Die Tageszeitung (09/05)
"Primeiro, é necessário forjar uma ampla aliança eleitoral para as eleições presidenciais e legislativas em outubro”, diz o cientista político André Singer, que foi porta-voz de Lula até 2006 e é um dos mais profundos conhecedores de seu partido.
Mesmo depois da prisão de Lula em Curitiba, no sul do Brasil – ele teve negadas visitas de amigos por um longo tempo, de vez em quando uma carta se torna pública –, ele lidera todas as pesquisas. Em julho, o PT quer anunciar a candidatura dele, apesar de ela poder ser cancelada pelo Superior Tribunal Eleitoral.
Após o golpe parlamentar que derrubou sua sucessora eleita, Dilma Rousseff, em 2016, os orquestradores da caça às bruxas sem precedentes na mídia e no Judiciário ao político de 72 anos estão prestes a atingir sua meta de impedir uma possível quinta vitória social-democrata consecutiva.
Sem-teto sob pressão – Neues Deutschland (04/05)
O destino de centenas de famílias em São Paulo desmoronou de forma ruidosa. Na madrugada de terça-feira, um antigo prédio de escritórios no centro da metrópole pegou fogo e depois desabou. Em poucos segundos, o prédio de 24 andares estava em ruínas. Os membros do movimento dos sem-teto MLSM viviam no edifício ocupado. De uma só vez, 150 famílias ficaram desabrigadas.
O desastre se transforma cada vez mais em um debate político. As forças de direita usam a tragédia para estimular o ressentimento contra os movimentos dos sem-teto. O ex-prefeito de direita João Doria culpa as famílias pelo incêndio e descreveu o movimento como uma "facção criminosa".
Nas redes sociais, também explodiu o ódio aos integrantes da ocupação, chamados de "ladrões”. O presidente Michel Temer, que regularmente reclama dos movimentos sociais e destruiu muitos dos direitos dos pobres com sua política neoliberal, visitou o local no dia seguinte ao acidente, mas foi afugentado por manifestantes furiosos.
Botos em perigo – Süddeutsche Zeitung (07/05)
A história de criaturas mitológicas não parece estar caminhando para um final feliz. Segundo um estudo recente da Universidade Federal do Amazonas, a população dos botos-cor-de-rosa é reduzida pela metade a cada dez anos.
Durante muito tempo, os botos-cor-de-rosa aparentemente viveram sob o abrigo dos mitos e lendas que os cercam. Muitos índios da Amazônia os adoram como animais sagrados, como mensageiros da deusa da água. Mas o crescente desenvolvimento da floresta tropical como uma área econômica não leva em conta os mitos.
Por causa do desmatamento descontrolado, rios e várzeas secam, garimpeiros de ouro poluem a água com mercúrio, e dezenas de megarrepresas afetam o ecossistema na Bacia Amazônica. Os botos-cor-de-rosa também estão ameaçados por causa da caça. Sua carne gordurosa é usada em grande escala como isca para pescar bagres, alimento particularmente popular na Colômbia.
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